Uma igreja primitiva a serviço de Jesus Cristo,



no aperfeiçoamento dos santos, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus.





CONTATO

E-mail: ivecri@gmail.com
Correspondência: Caixa Postal 45 - CEP 11.750-000 - Peruíbe - SP - Brasil

Apresentação

Este Blog é dedicado à missão de trabalhar pela restauração da Igreja originalmente concebida por Jesus Cristo, através do despertar de uma verdadeira consciência cristã em todos aqueles que, independentemente de suas denominações, busquem o ideal da simplicidade que há em Cristo, libertando-se da religiosidade e das doutrinas originadas de idéias e tradições humanas, que acabaram gerando uma falsa ortodoxia.

Nossa missão essencial é a recuperação do modelo original da igreja primitiva, ainda anterior à Assembléia de Jerusalém, e também o anúncio do Evangelho do Reino.

Começamos a transmissão dessa mensagem através dos nossos "Boletins Verdade de Cristo", enviados por Email a grupos de leitores em todo o mundo, e agora Deus nos orientou a criarmos este Blog, com a mesma finalidade e missão, onde os internautas poderão encontrar também os boletins já emitidos até hoje.





QUEM SOMOS NÓS

Somos uma congregação cristã que se enquadra no modelo de igreja orgânica, sendo identificada como IGREJA VERDADE DE CRISTO, apenas como uma forma de identificar claramente a nossa congregação, e que - desde sua fundação - se identifica como uma igreja de discípulos.

CONCEITUANDO A IGREJA

Mas o que é a igreja? Que pessoas a constituem e com qual propósito? E oque Paulo apóstolo quer dizer quando chama a igreja de "corpo de Cristo"? Para podermos responder plenamente a todas essas perguntas, precisamos – de início – compreender três coisas fundamentais:

  • Em primeiro lugar, é importante esclarecer-se que a palavra “igreja” vem da palavra grega ekklesia. Ao ser usada como uma expressão quotidiana do mundo, ekklesiaera usada para designar uma assembléia ou reunião qualquer de pessoas com as mais diversas finalidades, porém, ao ser usada no grego koiné dos textos do Novo Testamento (NT) essa palavra ganha um sentido mais específico, que é a assembléia ou reunião dos crentes em Jesus Cristo, que o aceitaram como Único Senhor e Salvador e que seguem a Sua Doutrina e que praticam os Seus mandamentos e ordenanças para a Igreja, tal qual especificados nos Evangelhos;
  • Em segundo lugar – e certamente isso é algo mais complexo e misterioso - precisamos compreender que a verdadeira Igreja de Jesus Cristo é, ao mesmo tempo, um ser espiritual - inteiramente novo e tremendo - pessoalmente criado por Deus a partir de Jesus Cristo e também é a assembléia de crentes acima já qualificada. Ou seja:
    • Como um ser espiritual a Igreja é a Noiva do Cordeiro, a Nova Eva criada por Deus a partir do Novo Adão que é Jesus Cristo para que – assim como a primeira – seja sua auxiliadora. Essa “Nova Eva” espiritual é representada,no Livro do Apocalipse (Ap 12) pela visão da ”Mulher Gloriosa” apresentada ao apóstolo João e foi criada por Deus a partir da água e do sangue que saem do lado de Jesus no momento de sua crucificação (representando dois de seus 3 ministérios) assim como a “antiga Eva” foi criada por Deus a partir de um osso retirado do lado do primeiro Adão. Assim como o antigo Adão recebe vida a partir do “sopro de Deus”, também a Igreja recebe vida a partir do “sopro do Cristo ressurgido”como se lê no Evangelho de João, em Jo 20:22. Isso é um mistério, mas assim é, tal como explica e descreve Paulo na Carta aos Efésios (Ef 5:22-33);
    • Como uma assembléia, é a reunião – ou comunidade espiritual - de todos os crentes cristãos e verdadeiramente salvos, de todos os tempos, a saber: passado, presente e futuro. Esta é uma das melhores formas de se conceituar a Igreja como “universal assembléia” tal como aceita pela maioria dos teólogos, e que pode ser observada por exemplo em Grudem, Wayne – “Teologia Sistemática” (44, A, 1). Essa “Universal Assembléia Espiritual” é representada fisicamente na terra por “instâncias”, também conhecidas como “igrejas locais”, que são as diversas denominações hoje existentes, fundadas por homens, com a finalidade de cumprir a missão da Igreja, através dos ministérios a ela delegados por Cristo. Com respeito a esses ministérios é feita uma exposição detalhada mais à frente.
  • Finalmente, em terceiro lugar, é preciso entender profundamente o contexto social e histórico da época em que a igreja primitiva local surgiu, e como o cruzamento das culturas hebraica e helênica se associou a idéias, objetivos pessoais e conceitos dos primeiros bispos da igreja e de governantes ambiciosos, para ir – pouco a pouco – adulterando o modelo originalmente concebido por Jesus Cristo e – como resultado dessas alterações – dando lugar a uma outra instituição, hoje erroneamente conhecida como “igreja”, mas que – na realidade – é um conjunto de doutrinas (ortodoxia) adotado por distintas instituições dos vários ramos da “igreja local” hoje existentes. Dois eventos merecem destaque nessa série de mudanças, porque foram os responsáveis pelas maiores alterações:
    • Por responsabilidade do Bispo Tiago, da Igreja de Jerusalém, o Concílio de Jerusalém, retratado no Livro de Atos dos Apóstolos (At 15), lembrando que não temos hoje uma ideia precisa de tudo quanto foi abolido da doutrina original além das questões sobre a circuncisão e outras associadas ao rito judaico, visto que o texto do Livro de Atos é muito genérico e perigosamente abrangente:

“Na verdade, pareceu bem ao espírito santo e a nósnão vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias:Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da fornicação; das quais coisas bem fazeis se vos guardardes. Bem vos vá”.(At 15: 28-29)

Tudo mais que foi transmitido por Paulo, Silas, Barnabé e Judas aos Bispos da Igreja de Antioquia é desconhecido, porém logo depois desapareceria a Igreja de Jerusalém e ali, em Antioquia, viria a florescer o cristianismo religioso que hoje conhecemos, com liturgia de culto, hierarquias sacerdotais, edifícios especialmente dedicados à função de templos cristãos, púlpitos, altares e vestimentas sacerdotais, além de tudo aquilo que hoje conhecemos como ortodoxia. Lembramos que foi de Antioquia que partiram missões destinadas às principais comunidades cristãs da Antiguidade, buscando impor a essas comunidades o modelo de igreja ali praticado e abolindo o modelo original anterior: um prejuízo incalculável que viria a ser aumentado ainda mais no século IV;

    • Por responsabilidade do imperador romano Constantino, o Concílio de Nicéia, realizado em 325 d.C., onde, por conta de se discutir a questão ariana e algumas outras questões menores como a data da Páscoa e outras, muitas outras alterações foram introduzidas nas reuniões preliminares (não documentadas) celebradas entre os teólogos de Constantino e os bispos representantes das igrejas. Por ação de Constantino foi definido o modelo seguido pela Igreja de Roma e pela Igreja de Constantinopla, corrompendo ainda mais o que já havia sido deturpado pelo modelo de Antioquia. A religião cristã tinha um papel fundamental para a manutenção da unidade do império. A unificação de crenças, costumes e ritos - cristãos e pagãos - garantia certa coesão entre as diferentes partes do império, e a hierarquia sacerdotal legitimava o poder do imperador. Por sua vez, a figura do imperador era fundamental para a unidade da própria Igreja. O combate às heresias, que eram as idéias contrárias à doutrina oficial da Igreja (Ortodoxia) e a eventuais ritos diferentes daqueles adotados e aprovados pela hierarquia eclesiástica reforçava a união Estado-Igreja. O Estado precisava da unidade doutrinária do credo cristão, e a Igreja necessitava da interferência do imperador na resolução dos problemas doutrinais, resultando numa simbiose extremamente poderosa.

Esse status vigente deveria – e poderia - ter sido integralmente quebrado pela Reforma Protestante, mas infelizmente isso não aconteceu e boa parte desse modelo da ortodoxia foi adotado também por Lutero e Calvino e assim perdura até os dias de hoje como um establishmentreligioso eclesiástico, que transcende até mesmo o abismo doutrinário que separa o mundo católico do mundo reformado, compondo um conjunto doutrinário comum, fora do qual tudo é indistintamente rotulado como “heresia”, como “heterodoxia” e até mesmo como “vento de doutrina”.

Alguns defensores mais exaltados da ortodoxia vigente ousam declarar que tais mudanças foram benéficas e precisariam acontecer porque a Igreja precisava se modernizar e acompanhar a modernização da sociedade, ao que nós respondemos que a Igreja foi criada por Cristo, e que Cristo é o mesmo ontem, hoje e para todo o sempre!

IGREJA DOS DISCÍPULOS E IGREJA DA MULTIDÃO

Ao lermos com atenção os evangelhos, é fácil perceber que o Senhor Jesus Cristo criou – na verdade - dois modelos de assembléia (ekklesia) local, ambos parte da mesma universal igreja espiritual, a saber: uma assembléia para congregar a multidão e uma assembléia destinada a congregar os discípulos de Cristo. Essa distinção fica muito bem clara nos evangelhos, quando lemos que o Senhor era sempre acompanhado de dois grupos: a multidão que era de mais ou menos 5000 pessoas, e os discípulos, que eram cerca de 120.

A multidão seguia Cristo em busca do perdão dos pecados e justificação diante de Deus, da cura das enfermidades, da expulsão de demônios e da satisfação das suas necessidades mais imediatas, onde a mais freqüente era a fome: isso é Evangelho da Graça (Atos 20:24).

Já os discípulos buscavam estar com Cristo por amor a Ele (Jo 21:15-17), para estar junto dEle, para servi-Loe buscarem a verdadeira libertação, que só vem através do conhecimento da verdade (Jo 8:31-32): isso é parte do Evangelho do Reino: o verdadeiro evangelho que Cristo ensinava (Mt 4:23, 9:35, 24:14) e do qual conhecemos uma pequena parte na forma de parábolas e de todos os discursos do Senhor Jesus Cristo nos quais Ele começava dizendo: "O Reino dos Céus é semelhante a" e também no assim chamado Sermão da Montanha e que ocupa os capítulos 5, 6 e 7 do Evangelho de Mateus e de partes do Evangelho de João, notadamente João 3 e João 4.

Uma diferença notável entre ambas as congregações é o seu testemunho sobre Jesus de Nazaré. Essa diferença aparece, de forma gritante, no diálogo entre o Senhor e seus discípulos, retratado em Mateus 16: 13-18, e persiste ainda até hoje quando observamos as atitudes e os testemunhos da maioria dos freqüentadores das grandes igrejas da multidão, que congregam até mais de 5.000 pessoas numa única reunião. É freqüente observar-se as pessoas buscarem essa ou aquela denominação porque o bispo, apóstolo ou pastor é “milagreiro” e “ora forte”, pessoas que não buscam firmar sua base espiritual na rocha firme da Palavra do Senhor e que acabam aceitando muitas vezes verdadeiras heresias, simplesmente porque o líder da denominação assim o disse, sem base bíblica, sem comprovação pelo exame das Escrituras.

Não somos uma igreja local cujo perfil seja reunir grandes multidões, porém buscamos congregar discípulos e discípulas de Cristo, crentes fortalecidos na fé, que efetivamente busquem o alimento sólido do Evangelho do Reino e que não mais se contentem apenas com o leite da doutrina elementar (Evangelho da Graça) pregada à multidão, tal como é mencionado na Carta aos Hebreus (Hb 5:12-13). O verdadeiro discípulo é aquele que já crê de todo o coração em Jesus Cristo, já sabe que Jesus o ama, já busca crescer em santidade e busca sempre confessar os seus pecados – com o coração arrependido – a cada vez que peca.Mas o discípulo sabe que isso não basta, pois o verdadeiro discípulo é aquele que crê e pratica todas essas coisas, mas que agora ainda quer saber como encher-se do Espírito Santo – conforme Ef 5:18-21 – até atingir a plenitude (pleroma), quer saber como estar em Cristo e efetivamente tornar-se um com o Senhor, quer saber enfim como atingir a unidade da fé, o conhecimento do Filho de Deus e a estatura de varão e varoa perfeitos em Cristo (Ef 4:13). O discípulo é aquele que já sabe que sua SALVAÇÃO PRECISA SER DESENVOLVIDA com temor e tremor ( Fi 2:12) e que não é simplesmente através de uma oração que tenha feito no momento em que se tornou cristão, ou ainda através da simples freqüência aos cultos dominicais e da observação de usos e costumes que irá conseguir esse desenvolvimento espiritual.

É conclusão nossa – após longo período de pesquisa da História da Igreja e dos textos do Novo Testamento, que a verdadeira e pura igreja dos discípulos deixou de existir – de uma forma autônoma - logo nos primeiros séculos da história eclesiástica; e isso por uma ação de bispos da igreja da multidão, que se valeu de sua expressiva maioria numérica, para exercer poder e legislar sobre as demais igrejas, o que já vemos acontecer no Concílio de Jerusalém retratado no Livro de Atos dos Apóstolos (At 15), onde – por decisão do bispo de Jerusalém (Tiago, irmão do Senhor e não apóstolo) a Doutrina de Cristo cedeu lugar à Doutrina dos Apóstolos e piorando ainda mais depois, por obra do imperador Constantino, em 325 DC após as decisões do Concílio de Nicéia, instituindo um conjunto de doutrinas e costumes básicos, que passou a ser conhecido como ORTODOXIA e que – infelizmente - tem sido o padrão doutrinário seguido até os dias de hoje por todas as denominações, sejam elas católica, ortodoxa, protestante luterana, batista, evangélica e neo evangélicas. Todas elas, sem exceção e apesar de certas diferenças entre umas e outras, seguem exatamente o mesmo padrão geral deixado por Constantino, padrão esse que ele chamava de “Igreja do Salvador” e que se tornou, por assim dizer, o modelo de ortodoxia a ser seguido, sendo que qualquer tentativa de repudiá-lo e voltar ao modelo original sempre foi classificada como “heresia”. Na realidade essas características acabaram infelizmente sobrevivendo nas igrejas reformadas porque a Reforma de Lutero foi muito fraca, tão fraca que - alguns anos depois - muitos dos expoentes da Reforma já clamavam por uma “reforma da reforma” e originaram movimentos paralelos tais como o Quietismo, o Pietismo e outras correntes eclesiásticas, como o Metodismo de John Wesley, fortemente influenciado pela Igreja dos Irmãos Morávios, por exemplo.

Muitos que – desde o início – não aceitaram esse suposto “modelo ortodoxo” e suas novas doutrinas, buscaram manter preservada a igreja original de Cristo através do refúgio no deserto, ou ainda do isolamento (como os anabatistas por exemplo), mas foram todos alcançados pelo "rolo compressor" da falsa ortodoxia, até hoje vigente, e foram extintos.

Na realidade, tudo o que sobrou nos dias de hoje, como um mero “vestígio” remanescente da igreja dos discípulos, é a assim chamada divisão interna na organização eclesiástica em um nível sacerdotal (padres, pastores, bispos, diáconos, obreiros, presbíteros, anciãos, etc.) e um nível laico (leigos, ovelhas, etc.); divisão essa que podemos observar hoje em qualquer denominação cristã como uma mera “sombra” do passado.

UMA IGREJA ORGÂNICA

Posteriormente, concluímos ainda que, além de buscarmos resgatar a igreja dos discípulos, haveria ainda a necessidade de se resgatar todo o modelo original da igreja autentica idealizada por Jesus Cristo, a saber:

ü Uma igreja que não acumula riquezas, pois tudo quanto recebe em dízimos e ofertas deve ser direcionado aos pobres e vítimas da exclusão social, sob a forma de distribuição de alimentos e cestas básicas, roupas e demais ações claramente identificadas pelo Senhor Jesus Cristo no Evangelho de Mateus (Mt 25:31-46);

ü Uma igreja itinerante, sem templos, porque o verdadeiro templo espiritual hoje está dentro da cada um de nós e porque Jesus Cristo não mandou os discípulos alugarem ou comprarem prédios e colocarem placas nas portas, mas mandou que as reuniões fossem feitas de forma simples, nas próprias casas das famílias, nas praças e nos bosques (Jo 4: 21-24; Lc 9: 57-62, 10: 1-11);

ü Uma igreja onde pastor não usa púlpito e nem veste obrigatoriamente terno e gravata, pois Nosso Senhor Jesus Cristo não usava as roupas finas dos sacerdotes fariseus e nem mandou que seus discípulos usassem qualquer tipo de traje especial para pregarem o Evangelho do Reino. Aliás, pelo contrário: O Filho de Deus, a Luz Eterna que veio ao mundo para nos salvar, usava uma túnica simples de linho e muitas vezes caminhava descalço pelas estradas poeirentas de Israel. A pesquisa da evolução dos costumes eclesiásticos mostrou que o terno e a gravata são uma ostentação oriunda da evolução da batina dos padres e depois das túnicas negras dos reverendos luteranos, calvinistas e metodistas: tudo religiosidade pura e sem sentido algum para Deus (Lc 9:13).

Por esses motivos, hoje nos identificamos também como umaigreja orgânica, uma igreja local que não dispõe de um local específico que seja usado como templo e que faz as suas reuniões nas casas das famílias, na praia, nos jardins, nas praças e nas associações.

A esse propósito lembramos que o modelo de igreja orgânica não pode ser confundida com os chamados Grupos Familiares hoje existentes em quase todas as formas de igrejas locais e nem tampouco com as Células das igrejas locais com Visão Celular, visto que todas essas ainda mantêm pelo menos um Templo físico e adotam praticamente toda a tradição do modelo da ortodoxia, incluindo pastores que obrigatoriamente precisam usar gravata, púlpito, etc.

IGREJA DE AMOR ÁGAPE

Somos uma Igreja que, através da proclamação do Evangelho, procura dar testemunho do nome de Jesus Cristo ao mundo – conforme o comissionamento registrado no Evangelho de Marcos (Capítulo 8, Versículo 29) e, por intermédio desse anúncio, exercer o amor, em primeiro lugar através do serviço a Deus, nas 3 pessoas da Santíssima Trindade – Pai, Filho e Espírito Santo -, depois aos crentes – através de ministérios que os conduzam à santificação e à transformação em novas criaturas – e finalmente ao mundo, por intermédio do exercício do amor ao próximo, do chamado e do ministério da reconciliação com Deus, exercidos em Casas de Apoio de nossa fundação, em visitas a hospitais e presídios, em viagens missionárias a localidades remotas e carentes, em mensagens veiculadas através da Internet em e-mails e através de nosso site, de publicações e ainda através de programação televisiva ou de rádio, bem como através de reuniões – como igreja orgânica – celebradas em casas de famílias, em associações, em praias, parques e bosques, ou ainda qualquer outro local onde seja possível nos reunirmos em nome de Jesus Cristo.

Como igreja local, somos um grupo de crentes em Jesus Cristo que concordam em buscar e exercer juntos os ideais da verdadeira igreja original fundada por Cristo: sem acumular riquezas porque distribui e aplica em obras assistências todo o que recebe em dízimos e ofertas, simples e totalmente isenta de vínculos com os modelos eclesiásticos que foram sendo posteriormente instituídos pelos homens. Uma igreja local comprometida apenas com a missão de levar a pregação do evangelho pleno e integral ao mundo – incluindo o Evangelho da Graça e o Evangelho do Reino – e com o exercício do amor ágape ao próximo, conforme as regras do Evangelho (Mateus 25:31-46).

Como igreja espiritual, somos parte da Noiva do Cordeiro como uma instância local desta – conforme Carta aos Efésios, Capítulo 5, Versículos 24 e 25 e Livro do Apocalipse, Capítulo 21, Versículo 9, composta de todos os cristãos verdadeiros, de todos os lugares e de todos os tempos – passado, presente e futuro – que será arrebatada no final dos tempos, conforme registrado no Evangelho de Mateus (Capítulo 24, Versículo 31) e, por sermos parte do Corpo – que é a Comunhão dos santos -, somos parte da universal assembléia, conforme Carta aos Hebreus, Capítulo 12, Versículo 22.

NOSSA MISSÃO

  1. Como Igreja

Como Igreja que somos, temos missão com Deus, com os crentes e com o mundo.

Nossa missão com Deus é tripla, pois destina-se às 3 pessoas que compõem a Santíssima Trindade: Deus-Pai, Deus-Filho e Deus-Espírito Santo:

  • Missão com Deus Pai: é cumprida através do correto exercício dos ministérios delegados por Jesus Cristo à sua Igreja, conduzindo os crentes à sua justificação diante do Pai – exclusivamente pela fé em Jesus Cristo – e conseqüentemente à reconciliação com Deus (Rm 5:11; 2 Co 5:18-19) e, uma vez reconciliados, conduzindo-os a adorar a Deus em espírito e em verdade (Jo 4:23-24);
  • Missão com Jesus Cristo: porém somente pode adorar em verdade aquele que conhece a verdade e só conhece a verdade aquele que se torna discípulo de Cristo (Jo 8:31-32), sendo assim essa é a primeira missão da Igreja Verdade de Cristo com relação ao Filho: fazer discípulos, conforme Seu expresso mandamento à Igreja (Mt 28:19). Além disso, a Igreja é a Noiva de Cristo e, como tal, deve amá-Lo com o verdadeiro amor ágape, tal como Ele assim mesmo nos ama (Jo 21:15; Ef 5:24-25). O verdadeiro amor ágape, porém, só pode ser desenvolvido naquele discípulo que busca os dons espirituais mais excelentes (1 Co 13), o que conduz ao ministério do espírito;
  • Missão com o Espírito Santo: ninguém poderá adorar a Deus em espírito, ou amar a Jesus Cristo com o verdadeiro amor ágape, sem a plenitude do Espírito Santo, sendo assim é missão da Igreja Verdade de Cristo com relação ao Espírito Santo levar os discípulos a buscarem a plenitude (pleroma) do Espírito Santo, conforme a regra exposta pelo apóstolo Paulo na Carta aos Efésios (Ef 5:18-21), através de práticas específicas com essa finalidade;

Nossa missão com os crentes é a de conduzi-los durante as 3 fases de seu ciclo de amadurecimento espiritual:

  1. reconciliação através do sangue de Cristo (2 Co 5:18),
  2. santificação através da Palavra de Cristo(Jo 15:3) e
  3. transformação por intermédio da plenitude do Espírito Santo (2 Co 3:18).

Para tanto, da mesma forma que na igreja primitiva original, mantemos 3 distintos ministérios, cada qual especificamente destinado a tratar com uma das 3 fases acima descritas, a saber: Ministério do Sangue, Ministério da Água e Ministério do Espírito, conforme ensina o apóstolo João em 1 Jo 5:6.

Finalmente, a missão da Igreja Verdade de Cristo, com relação ao mundo, é a de efetuar o chamado; é fazer o anúncio da Boa Nova, de todas as formas ao nosso alcance, usando – na medida do possível – os veículos de comunicação visual, escrita e falada, para que todos aqueles que ainda não tiveram uma experiência viva e pessoal com Jesus Cristo possam ter essa oportunidade e assim poderem optar pela vida eterna, no convívio dos eleitos e na presença de Deus, para todo o sempre.

GERANDO OVELHAS

Além disso, buscamos ainda cumprir, com relação a todos quantos necessitarem e estiverem ao nosso alcance e dentro de nossas capacidades, as ordenanças de Cristo para o exercício do amor (agapô) ao próximo, tal como Ele mesmo ditou no Evangelho de Mateus (Mt 25: 31-46). Entre as principais formas de se exercer esse amor, figura o nosso projeto MISSÃO ÁGAPE, que atua na área missionária, evangelizando através do ciberespaço e na cooperação com outras obras missionárias, obras de assistência social e de recuperação de dependentes químicos.

  1. Como instância local da Igreja espiritual de Jesus Cristo (Noiva do Cordeiro)

Como uma instância local da própria Igreja espiritual universal, temos uma missão com relação à própria Igreja, a qual consiste em divulgar – no meio eclesiástico – o modelo hoje por nós praticado, com o objetivo de despertar, no povo de Deus, a motivação para reverem os seus conceitos e buscarem a simplicidade de Cristo e o retorno ao modelo original da Igreja.

Estamos de braços abertos para acolher como congregados todos os que se sentirem motivados, pelo Espírito Santo, a estarem conosco como comunidade de discípulos, porém não é nossa intenção fazer com que as pessoas mudem de congregação ou de denominação, mas sim despertar no povo de Deus uma real e verdadeira consciência cristã e de busca pela maturidade espiritual. Aos líderes denominacionais e ministros do evangelho, buscamos conduzi-los a um despertar que os motive a reverem seus próprios modelos hoje praticados, buscando torná-los mais adequados ao exercício do ministério tal como orientado por Paulo, na Carta aos Efésios:

Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas. E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, para o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente.

Antes, seguindo a verdade em caridade, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo.

(Ef 4: 10-15)

terça-feira, 13 de setembro de 2011

BOLETIM 6 - EDITADO EM 21/07/2011


EDITORIAL
 
A todos os nossos queridos leitores, graça e paz da parte de Jesus Cristo.
Realmente apenas a verdade nos liberta. Enquanto não conhecemos a verdade permanecemos prisioneiros, aprisionados em uma prisão que nem sequer conhecemos, pois já nascemos encarcerados e não conhecemos nada mais além do nosso cárcere e daquilo que conseguimos enxergar através de sua pequena janelinha.
Na realidade tal prisão é o nosso próprio corpo, a nossa própria carne, que esconde dentro de si o homem interior, espiritual: um verdadeiro tesouro escondido dentro de um vaso de barro, conforme 2 Co 4:7. A janelinha é representada pelos nossos sentidos, pois tudo aquilo que conseguimos ver, ouvir, tocar e sentir, é mediado pela carne, pelos olhos e pela nossa mente, conforme 1 Jo 2:16, trazendo até o homem interior uma visão distorcida e limitada, que nos impede de conhecer a verdade por nosso próprio esforço ou pela nossa vã ciência e filosofia, pois nada disso nos liberta, vindo daí o desesperado grito de lamento do apóstolo Paulo:
"Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo dessa morte?"
(Rm 7:24)
Esse tormento que, no fundo, é a angústia de toda a espécie humana, só encontra alívio na Palavra de Jesus Cristo, porque ela é a verdade, conforme Jo 17:17, pois a Palavra de Cristo é viva e eficaz e somente ela pode derrubar essa barreira da carne e trazer até nós a verdade pura e cristalina:
"Pois a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até o ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração"
(Hb 4:12)
Por isso mesmo, nenhuma ação do mundo poderá nos impedir de prosseguirmos nesta missão de levar a palavra que liberta, o Evangelho do Reino, à maior quantidade possível de pessoas em todas as nações, nem mesmo as ameaças de morte que temos recebido, pois cumprimos a expressa vontade do Senhor, manifestada em Mt 24:14.
Temos recebido um expressivo volume de testemunhos de restaurações de famílias, de curas, libertações e de irmãos que estavam afastados dos caminhos do Senhor e que, através da leitura deste boletim, estão agora reintegrados à Igreja e buscam uma vida plena do conhecimento da verdade e da plenitude do Espírito Santo.
Vamos prosseguir nesta caminhada da verdade. 
 
PASTOR ON-LINE
 
Nestas ultimas semanas ainda não temos conseguido permanecer on-line no MSN durante o tempo que gostaríamos de estar, pois estamos tratando de uma série de providências visando o Projeto Caminho de Luz, o qual muito em breve estaremos apresentando aqui no boletim.
Esperamos em breve poder estar disponíveis durante um período maior todos os dias, para todos que quiserem um aconselhamento, uma oração, fazer um comentário, esclarecer dúvidas bíblicas ou de fé e até mesmo simplesmente conversar um pouco.
Se você ainda não nos adicionou como contatos em seu Messenger MSN, basta adicionar david.spadaro@hotmail.com .
 
CURIOSIDADES BÍBLICAS
 
A terrível pena do "corpo da morte"
 
Neste Edital citamos Romanos 7:24, onde Paulo usa a expressão "corpo dessa morte", sendo que essa é uma expressão pouco conhecida e, por isso mesmo, muitas pessoas não conseguem captar toda a força daquilo que Paulo procura transmitir.
Acontece que, naqueles tempos, o estado romano aplicava aos assassinos uma terrível pena de morte, conhecida como "o corpo da morte". Nessa horrível condenação, o corpo da vítima era fortemente amarrado ao corpo de seu próprio assassino, costa a costa, braço a braço, perna a perna. Dessa forma, enquanto o corpo da vítima ia apodrecendo, também ia contaminando o seu assassino que logo morria.
Paulo usa toda a força da imagem dessa execução para ilustrar a nossa própria condição, onde o corpo da morte representa o homem carnal, exterior, que embora pareça vivo, já está morto pelo pecado e se decompõe aos poucos, envelhecendo até a morte. O homem espiritual, interior, verdadeiro prisioneiro desse calabouço carnal, irá inevitavelmente morrer também, a não ser que consiga ser libertado através da Palavra de Jesus Cristo.
  
O EVANGELHO DO REINO
 
No ultimo número encerramos a exposição sobre a decodificação da parábola das bodas, onde discorremos sobre a doutrina da justificação pela fé e a doutrina da adoção pelo batismo em Cristo, associando-os às vestes de salvação e ao manto de justiça, restando agora esclarecer-se quais são os atos de justiça que Jesus Cristo espera de cada um de nós, como verdadeiros filhos e filhas de Deus, para que possamos permanecer na presença de Deus por toda a eternidade, como membros de Sua família, no convívio dos eleitos.
Antes de respondermos definitivamente a essa pergunta, é preciso que falemos algo sobre aquilo que vem sendo chamado de “Evangelho Social”, pois como trataremos de obras de ação social, existe um risco de que aquilo que postulamos seja erroneamente confundido com essa doutrina, com a qual nada temos em comum.
Essas informações serão uteis a todos até mesmo como um alerta, pois muitas "seitas de evangelho social" têm se introduzido no meio eclesiástico e podem iludir aqueles menos informados sobre o assunto.

O Perigoso Evangelho Social

Uma vez que estamos começando a discorrer sobre as obras de justiça, que passam a ser parte natural do estilo de vida dos filhos de Deus, convém dedicarmos algum tempo para falarmos sobre aquilo que tem sido chamado de “Evangelho Social”, até mesmo porque, tendo em vista o rumo de nossa exposição do tema do Evangelho do Reino, alguns leitores poderão – inadvertidamente – associar nossa mensagem a alguma forma de expressão desse “evangelho social”, o que seria uma forma totalmente errada de interpretação daquilo que estamos aqui expondo.
A melhor forma de evitar-se qualquer mal entendido é o esclarecimento, pois nada melhor que a correta informação para lançar luz sobre qualquer controvérsia e evitar-se erros de interpretação. Sendo assim, buscaremos, nas próximas linhas, descrever aquilo que vem sendo chamado de “evangelho social” e mostrar como é totalmente distinto daquilo que estamos tratando.
O termo “evangelho social” tem sido usado - freqüentemente - para designar uma espécie de “tendência” que tem levado muitas pessoas a imaginarem que a Igreja deva ser uma espécie de centro de assistência social destinado às comunidades carentes, incluindo distribuição de cestas básicas, roupas, etc., a tal ponto que o anúncio do Evangelho, a oração e a adoração ficam relevados a um plano secundário.
 Nas igrejas que praticam esse suposto “evangelho social” ouve-se muito pouco sobre as grandes doutrinas bíblicas do evangelho da graça e do evangelho do reino. Não há uma preocupação legítima com a salvação dos pobres e necessitados ali socorridos, mas tão somente uma espécie de satisfação com a prática da ação social, sem dar-se muita importância ao fato dos beneficiados estarem, ou não, sendo salvos.
Aqui reside o grande erro do “evangelho social”, pois a mesma Igreja que estende a mão aos necessitados, para colocar em prática Mateus 25:31-46, também deve ser a mesma que proclama o Evangelho do Reino, colocando em prática Mateus 24:14, e também deve ser a mesma que faz discípulos, batizando-os em Cristo e ensinando-lhes a doutrina de Cristo, colocando em prática Mateus 28:19-20. Isto sim é Igreja, pois busca o equilíbrio.
Jamais a igreja deve trocar a autêntica mensagem redentora do evangelho da graça e a mensagem transformadora do evangelho do reino por uma falsa doutrina de transformação meramente social do homem, como querem os adeptos e defensores desse “evangelho social”.
O recente, e crescente, debate que hoje assistimos, onde - de um lado – figuram os méritos do evangelismo puro e quietista e – de outro – figuram aqueles da ação pietista em prol da responsabilidade social, não tem sentido, pois, como Igreja, somos chamados por Deus, tanto para testemunhar como para servir: ambos são parte de nossa missão cristã e, exercer apenas um deles, seja qual for, em detrimento do outro, certamente não agrada a Cristo, como Ele mesmo deixou bem claro em Mateus 7:21-23.
Certamente temos de rejeitar o assim chamado “evangelho social” como uma alternativa ao evangelho da graça e ao evangelho do reino, porém jamais deveríamos ter colocado a  obra evangelística da Igreja e a sua ação social uma contra a outra, como se fossem alternativas distintas, pois, na verdade, ambas são expressões autênticas de amor ao próximo. Pois o nosso próximo não é uma alma sem corpo e, nem tampouco, um corpo sem alma. Não podemos reivindicar amar nosso próximo se pregamos o evangelho a alguém com tanta fome que nem consegue se concentrar naquilo que ouve.
A ordem explícita do Senhor foi esta: “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mateus 14:16)
Entre as muitas ações necessárias hoje, para que haja uma genuína restauração da Igreja, eu incluiria  a urgente necessidade de um reposicionamento sobre o suposto “confronto”  entre o evangelismo quietista e a ação social pietista, principalmente em três aspectos:
·         Um verdadeiro reconhecimento de que os ambos são parte da verdadeira missão da Igreja, como auxiliadora de Cristo. Nenhum dos dois pode ser um meio para o outro. Cada qual existe em seu próprio direito, em sua própria missão dentro da seara do Senhor. Assim, ambos devem estar incluídos no programa ministerial de toda igreja local.
·         Um verdadeiro reconhecimento de que ambos são responsabilidade de todo crente individual, pois todo cristão é também uma testemunha e um servo de Cristo, e deve responder aos convites para servir, sejam eles para o evangelismo ou para o socorro, pois como bem lembra o apóstolo Paulo em 1 Coríntios 12:28, ambos figuram como ministérios e dons do Espírito Santo, junto a outros tais como a cura das enfermidades e a operação de milagres.
·         Finalmente, como conseqüência do anterior, um verdadeiro reconhecimento de que, embora ambos sejam ministérios da igreja, Deus chama crentes diferentes para ministérios diferentes e as capacita com os dons apropriados para o exercício desses ministérios. Todos não podem fazer tudo; alguns são chamados para serem evangelistas, outros para serem socorristas, outros para impor as mãos aos enfermos e os curarem e assim por diante, até a obra da Igreja estar completa. Dentro de cada igreja local certamente Deus proporciona espaço tanto para o evangelismo como para a ação social e isso precisa começar a ser respeitado, juntamente com todas as demais ações de restauração da Igreja.
Conclusão: uma igreja de equilíbrio

Todos aqueles que têm enxergado a igreja apenas como um negócio lucrativo e que se incluem entre aqueles que compõem o atual establishment religioso evangélico e têm construído verdadeiros impérios financeiros às custas do acúmulo de dízimos e ofertas, certamente se opõem fortemente a qualquer expressão de ação social, pois isso representaria “evasão de recursos”, e assim se apressam a taxar de “evangelho social” qualquer manifestação de obras de justiça, nascidas na igreja e direcionadas aos pobres e necessitados. Não apenas são rápidos nesse sentido, como também logo acrescentam que a obra da Igreja é tratar da salvação pela fé em Cristo e que, qualquer preocupação social seria um desvio.
É de tais pessoas que Tiago fala ao escrever:
“Meus irmãos, que proveito há se alguém disser que tem fé, e não tiver obras? Pode essa fé salvá-lo?
Se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de alimento cotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz; aquentai-vos e fartai-vos, mas não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito há nisso?
Assim também a fé, se não tiver obras, é morta em si mesma”.
(Tiago 2:14-17)
De que está falando Tiago? Estaria ele dizendo que, porventura, nossas boas obras poderiam salvar-nos? Claro que não! Tiago foi discípulo do Senhor e entendia muito bem a doutrina da justificação pela fé, pois a ouviu diretamente da boca do Mestre!
Mas de que Tiago está falando então?
Vamos responder a essa pergunta usando uma passagem do Livro dos Atos dos Apóstolos que descreve cenas do funcionamento da Igreja, tal como era no princípio, quando todos ainda buscavam seguir, da melhor forma possível, o modelo originalmente concebido por Jesus Cristo.
Quero chamar a atenção de todos para a importante e esclarecedora leitura de Atos 6:1-7: ali vemos uma igreja realmente preocupada em cumprir, à risca, todas as ordenanças estabelecidas por Cristo: não apenas a pregação do Evangelho e a oração, mas também cumprir as cinco obras de justiça determinadas pelo Senhor Jesus Cristo e claramente registradas em Mateus 25:31-46. Ali surge agora uma contenda entre as viúvas israelitas e as gregas, visto que estas últimas estavam sendo esquecidas na distribuição de alimentos.
Ora, se essa atividade fosse uma mera manifestação de um “evangelho social” então a decisão naturalmente esperada, dos apóstolos, seria simplesmente cancelar a distribuição de alimentos aos que têm fome, pois seria algo fora do contexto da Igreja e assim descartável.
Mas foi isso que aconteceu? O Livro de Atos diz que os apóstolos mandaram parar com a distribuição de cestas básicas ou algo assim? Não! Muito pelo contrário!
Logo mais voltaremos a falar sobre a verdadeira finalidade e importância do diaconato dentro das igrejas.
A igreja verdadeira é aquela que busca o perfeito equilíbrio entre ação espiritual e ação social, assim como buscaram os apóstolos, com a criação do diaconato, deixando aos pastores a direção dos cultos, a pregação, as orações e a administração eclesiástica. No equilíbrio a ser buscado, nem se pode incorrer no erro de muitas organizações religiosas de ação social, que acabam relevando a um plano secundário a evangelização e a adoração, e nem – tampouco – podemos descartar toda e qualquer manifestação de ação social, mantendo apenas o esquema da escola dominical e dos cultos regulares, desencorajando toda e qualquer atividade de exercício do amor ao próximo.
A igreja do equilíbrio que agrada a Deus é aquela que atua em perfeita harmonia com as duas posições especificas da Carta aos Romanos, conforme o quadro seguinte:
Romanos 2: 6-11
Romanos 3:21
Deus recompensará a cada um segundo as suas obras:
Dará a vida eterna aos que, com perseverança em fazer o bem, procuram glória, honra e incorrupção.
Mas indignação e ira aos que são contenciosos, e desobedientes à verdade, e obedientes à iniqüidade.
Tribulação e angústia sobre toda a alma do homem que obra o mal, primeiramente do judeu e também do grego;
Mas glória, honra e paz a qualquer que pratica o bem: primeiramente ao judeu e também ao grego.
Pois para com Deus não há acepção de pessoas.
Mas agora se manifestou, sem a lei, a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas.
Isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos [e sobre todos] os que crêem. Não há distinção,
pois todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus, 
e são justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus.
Deus o propôs para propiciação pela fé no seu sangue...
...
Concluímos pois que o homem é justificado pela fé, sem as obras da lei.
Pois todos devemos comparecer perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal. (2 Coríntios 5:10)

O “evangelho social” não existe, é um termo inventado pelos homens e trata-se de uma falsa doutrina. A palavra “evangelho” significa “boa nova” e a única boa nova que a Igreja pode - e deve - anunciar ao mundo é o próprio Jesus Cristo e a sua obra de redenção, que nos propiciou a justificação pela fé e o direito a tomarmos posse de nossa herança de filhos de Deus.
A Igreja deve ser cristocêntrica, ou seja, o centro é Cristo: toda a nossa atenção, todo o nosso amor, toda a nossa adoração, todo o nosso louvor, enfim, devem ser dirigidos a Jesus Cristo. Porém, como legítimas novas criaturas em Cristo, deve ser algo natural em nós o exercício das obras de justiça por Ele mesmo requeridas de cada um de nós, direcionadas aos pobres e necessitados. O nosso amor é direcionado a Jesus, mas Ele mesmo se espelhou nos famintos, nos sedentos, naqueles que não têm o que vestir, nos migrantes que não têm onde repousar, nos enfermos solitários nos hospitais e nos prisioneiros jogados em celas escuras. O nosso sincero amor fraterno aos pobres e necessitados agora se revela em amor ágape direcionado a Jesus Cristo:  “Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a Mim o fizestes” (Mateus 25:40).
Quem não consegue, por genuíno amor a Cristo, estender a mão aos pobres e necessitados, não tem a vida em sua fé e, uma fé morta simplesmente não existe. Por isso mesmo Jesus nos deixou esta sombria questão:
Quando, porém, vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?
(Lucas 18:8b)
 
 
Encerramos por aqui esta edição do Boletim Verdade de Cristo, lembrando a todos que estamos sempre abertos para esclarecer dúvidas, receber comentários, etc. bastando nos acessar on-line pelo MSN (david.spadaro@hotmail.com) ou ainda enviando-nos um Email (ivecri@gmail.com).
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ATÉ A PRÓXIMA!

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

BOLETIM 5 - EDITADO EM 02/07/2011


EDITORIAL

Que a paz de Cristo esteja com todos!
Agradecemos a todos por mais esta oportunidade de estarmos entrando em contato, por intermédio deste nosso boletim, para prosseguirmos com o anúncio do Evangelho do Reino e também para trazer diversos conteúdos de interesse do povo de Deus, tais como estudos bíblicos, curiosidades bíblicas, comentários de livros e muito mais.

Uma vez que, nesta edição, estamos publicando um texto um pouco maior sobre o Evangelho do Reino, visto que o assunto tratado neste número precisa ser exposto de uma forma unica, deixamos de publicar outras colunas, deixando este número integralmente dedicado ao anúncio do Evangelho do Reino.
Que esta leitura possa ser benção para todos e que possa gerar, em nossos leitores, uma renovação no entendimento, que nos conduza ao conhecimento da verdade que nos liberta, despertando o homem interior, espiritual, que existe dentro de cada um de nós:

Desperta, ó tu que dormes!
Levanta-te dentre os mortos,
e Cristo te iluminará.
(Efésios 5:14)

Vamos remir o tempo, porque os dias são maus. É tempo de despertar!

O EVANGELHO DO REINO

Encerramos a edição anterior com a questão da veste nupcial, mencionada pelo Senhor na parábola das bodas.
Seria porventura uma cara roupa de festa que a pessoa deveria usar para ir ao evento? Na realidade não é isso do que se trata e para compreendermos melhor essa questão, precisamos entender como era realizado o casamento judaico naqueles tempos e, para isso, foi necessário fazermos uma extensa pesquisa na literatura judaica, dedicada à cultura e aos costumes judaicos antigos.
Na realidade a coisa funcionava mais ou menos da seguinte maneira: como as pessoas ainda fazem hoje, todos vestiam suas melhores roupas para irem a um casamento. Mesmo que fossem pessoas relativamente simples, ainda assim procuravam vestir aquilo que de melhor tivessem, porém isso não bastava para entrarem no banquete. O que acontecia é que, em toda casa onde se realizasse um casamento, era montado uma espécie de vestíbulo ou ante-sala onde eram instalados um ou mais guarda-roupas contendo as verdadeiras vestes nupciais, todas fornecidas pelo pai do noivo. Se o pai do noivo era rico, essas vestes eram ricas capas ou túnicas de tecido fino cobertas por bordados de ouro e detalhes em pedras preciosas que os mordomos iam entregando aos convidados que chegavam e esses iam vestindo essas ricas túnicas sobre as suas próprias roupas finas. Nas famílias mais pobres o costume era exatamente o mesmo, porém, como não tinham condições de oferecer as vistosas túnicas dos ricos, os convidados recebiam uma pequena estola de pele ou de tecido bordado com franjas para colocar sobre as costas e os ombros.
Por mais rico e poderoso que fosse um convidado e, por melhor e mais cara que fosse a roupa com a qual veio ao casamento, ainda assim não poderia permanecer no salão do banquete sem usar a veste nupcial fornecida pelo pai do noivo e – caso insistisse – seria conduzido para fora da festa, tal como acontece no caso da parábola contada por Jesus.
Mas, em nosso caso real, o que representam esses dois trajes? O que são os trajes finos com os quais devemos nos apresentar para a entrada no Salão do Reino e o que é a veste nupcial que precisamos envergar – e que recebemos do Pai – para podermos permanecer no Salão e assim entrarmos no Reino?
Em Gálatas 3:27 o apóstolo Paulo faz um tremendo esclarecimento sobre o nosso traje para subirmos até a entrada do Salão do Reino: trata-se do revestimento de Cristo que ganhamos ao passarmos pelo Batismo em Cristo. Esse Batismo em Cristo não pode ser confundido com o batismo de arrependimento e remissão de João, nas águas, e sobre ele falaremos mais adiante: por ora recomendamos a todos - expressamente - que leiam atentamente Atos 19:1-7, sem demora.  Porém o que importa esclarecer agora é que, ao passarmos por esse Batismo em Cristo, automaticamente nos revestimos de Cristo, como se efetivamente Ele agora nos cobrisse consigo mesmo, e com Ele ficássemos parecidos, aos sermos tocados pelo Pai. Uma linda pré figuração do batismo em Cristo está retratada no episódio de Esaú e Jacó, no Livro do Genesis 27; pois assim como Jacó recebe a herança de primogênito, ao se revestir de Esaú, assim também nós recebemos a herança de filhos ao nos revestirmos de Cristo! Realmente tremendo como tudo no Antigo Testamento é uma mera sombra do que estava por vir!
Resta-nos agora identificar a veste nupcial e vamos encontrar a sua descrição no Livro do Apocalipse 19:7-9:
Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória, porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua noiva se aprontou.
E foi-lhe dado que se vista de linho finíssimo, puro e resplandecente; porque o linho finíssimo são os atos de justiça dos santos.
E disse-me: Escreve. Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. Disse-me mais:Estas são as verdadeiras palavras de Deus”.

Aí está a veste nupcial da qual devemos ardentemente buscar nos revestir: são os nossos atos de justiça.
Leia ainda o que esclarece definitivamente sobre essas duas vestes o profeta Isaías (Isaias 61:10):
“Eu me regozijo muito no Senhor; a minha alma se alegra no meu Deus.
Pois ele me cobriu com vestes de salvação, e me envolveu com o manto de justiça, como o noivo que se adorna com um turbante, e como a noiva que se adorna com as suas jóias”.

Chegamos agora, neste exato momento, a um ponto crucial e de extrema importância, onde é necessário fazermos uma breve pausa, para estudarmos mais atentamente aquilo que a Bíblia nos ensina sobre a doutrina da justificação pela fé, que é a base sobre a qual se assenta toda a essência da teologia da Reforma Protestante e - por esse motivo – elemento essencial de nossa doutrina e de nossa fé, cristã e evangélica, a qual abraçamos e defendemos, de todo nosso coração.
Embora encontremos as bases da justificação pela fé nos próprios Evangelhos: “Em verdade, em verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida” - (João 5:24) – essa doutrina será totalmente desenvolvida efetivamente na teologia paulina, por intermédio das cartas de Paulo registradas no Novo Testamento.
Com respeito à essa teologia paulina, todos os teólogos reformados concordam em que, embora encontremos referências à justificação pela fé em muitas das epístolas paulinas, essa doutrina será efetivamente desenvolvida por Paulo duas vezes: a primeira, de forma mais superficial, em Gálatas 3:1 a 4:6 e, a segunda vez, de forma mais detalhada e longa, em Romanos 2:11 a 4:25.
A seguir estaremos desenvolvendo essa conceituação em duas etapas, tomando de início o texto de Romanos e deixando o texto de Gálatas para a segunda etapa, pois nesta – mais antiga na linha de tempo das cartas de Paulo – vamos encontrar a doutrina da justificação pela fé, fortemente conectada à doutrina paulina do “estar-em-Cristo”, peça fundamental para o desenvolvimento daquilo que pretendemos mostrar a seguir. Além disso, tomaremos ainda dois trechos das cartas aos Efésios e à Tito, seqüencialmente nesta ordem, para complementar a primeira parte.
Primeira parte: A doutrina da justificação pela fé

Vamos iniciar lendo, com muita atenção, esta seqüência de Romanos 3:21-24, Efésios 2:8-10 e Tito 3:3-6, onde - depois de muito estudo da teologia paulina e de seus comentaristas (particularmente Albert Schweitzer) - finalmente encontramos a exata conceituação da doutrina de justificação pela fé, conforme a interpretação de Paulo:
Mas agora se manifestou, sem a lei, a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas. Isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo, para todos os que crêem.
Não há distinção, pois todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus, e são justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus. (Romanos 3:21-24)
Pois é pela graça que sois salvos, por meio da fé - e isto não vem de vós, é dom de Deus - não das obras, para que ninguém se glorie.
Pois somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.
(Efésios 2:8-10)
Porque também nós éramos noutro tempo insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a várias concupiscências e deleites, vivendo em malícia e inveja, odiosos, odiando-nos uns aos outros.
Mas quando apareceu a benignidade e amor de Deus, nosso Salvador, para com os homens, não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo, que abundantemente Ele derramou sobre nós por Jesus Cristo nosso Salvador.
Para que, sendo justificados pela sua graça, sejamos feitos herdeiros segundo a esperança da vida eterna.
(Tito 3:3-6)

Dessa extraordinária seqüência exposta por Paulo, vamos obter então os seguintes pontos fundamentais:
1.     Através da obra da redenção, realizada por Jesus Cristo, somos justificados gratuitamente diante de Deus sem precisar pagar nada por isso, pois o preço já foi pago por Jesus, e sem precisar realizar obra alguma, pois a obra – única, perfeita e suficiente – já foi realizada por Cristo na cruz. A única coisa que precisamos fazer é crer, pois é a nossa fé em Cristo e na Sua redenção, que nos justifica diante de Deus. Colocamos a justificação em prática durante duas situações específicas em nossa vida:
a.       Na primeira situação, durante nossa conversão, ao descermos às águas do batismo, quando declaramos a nossa fé em Cristo e então todos os nossos pecados passados são perdoados;
b.   Na segunda situação, durante a nossa caminhada cristã, quando ainda buscamos pela santificação e pela plenitude do Espírito Santo, mas eventualmente ainda pecamos involuntariamente, por ação do mecanismo das concupiscências da carne, dos olhos e da soberba da vida, conforme 1 João 15-17, e verdadeiramente nos arrependemos, confessamos a Deus que pecamos e pedimos perdão em nome de Jesus Cristo, conforme 1 João 1:5-10, sempre lembrando que, para sermos realmente perdoados por Deus, precisamos também perdoar a todos aqueles que, de uma forma ou de outra, nos prejudicam e nos causam problemas e sofrimentos: assim determinou Jesus Cristo (Mateus 6:14) e assim devemos obedecer;
c.   Finalmente devemos nos lembrar que, como membros da Igreja, recebemos ainda a autoridade, delegada diretamente por Jesus Cristo em João 20:23, para perdoar os pecados dos nossos próximos e, sendo assim, essa deve ser uma prática corrente nas igrejas: perdoar uns aos outros, em nome de Jesus Cristo que nos delegou tal autoridade e responsabilidade, coisa hoje infelizmente esquecida e muito pouco praticada dentro das igrejas, sendo que deveria ser parte integrante regular de todos os cultos.
2.       Embora as boas obras (obras de justiça) não sejam uma causa da nossa justificação, a palavra no trecho de Efésios diz claramente que elas são uma conseqüência esperada por Deus em cada crente, sendo que Deus nos deixou preparado um conjunto específico de obras de justiça a serem cumpridas por nós, não como um meio de obtermos a salvação - o que seria impossível – mas sim como um resultado de nossa santificação (lavagem da regeneração) e de nossa transformação pela plenitude do Espírito Santo, como complementa Paulo no trecho da carta a Tito. Na Carta aos Efésios, Paulo reforça isto fortemente ao dizer:
“Pois outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor.
Andai como filhos da luz, pois o fruto da luz consiste em toda a bondade, justiça e verdade, descobrindo o que é agradável ao Senhor”. (Efésios 5:8-10)
3.       Finalmente, no parágrafo final do trecho de Tito, vemos Paulo acrescentar algo novo ao ciclo da salvação: a nossa adoção. Podemos ver claramente Paulo declarar que a nossa justificação precede o ato de sermos feitos herdeiros, ou seja, filhos de Deus por adoção. A nossa salvação é, portanto, uma seqüência onde somos inicialmente justificados pela nossa fé e, a seguir, adotados por Deus como membros de Sua família.

Uma certa parte dos conceitos sobre justificação e adoção, que serão expostos a seguir, nesta e na próxima edição, foi obtida da magnífica obra intitulada “Teologia Sistemática Atual e Exaustiva”, de autoria do conceituado teólogo reformado Wayne Grudem.

Vamos agora caracterizar um pouco mais a doutrina da justificação pela fé, sendo que sobre a doutrina da adoção falaremos logo a seguir.
O perfeito entendimento da justificação é fundamental para a correta doutrina da fé cristã, até mesmo porque a principal contestação da Reforma Protestante contra a Igreja Católica foi, justamente, sobre a questão da justificação pela fé, sem as obras.
Para que possamos preservar a verdade pura e cristalina do Evangelho da Graça e do Evangelho do Reino, é de fundamental importância entendermos claramente a verdade da justificação pela fé, mantendo-a assim perfeitamente clara e muito bem definida, já que é - geralmente – essa correta doutrina da justificação pela fé, que nos permite discernir e apontar as falsas doutrinas, tanto aquelas baseadas nas boas obras como causa da justificação, como também aquelas (muitas hoje) alicerçadas num perigoso extremismo “quietista” onde o crente se limita a observar uma “vida religiosa” comparecendo regularmente aos cultos dominicais e mantendo alguns “usos e costumes” religiosos, pagando os dízimos e as ofertas, sem mais qualquer tipo de comprometimento com a sua caminhada espiritual.
A doutrina da justificação pela fé, sem as obras, é 100% correta e perfeita, como perfeitos são todos os atos de Deus. Entretanto, algumas formulações exageradamente extremistas dessa doutrina, muitas vezes até mesmo encorajadas pela assim chamada “ortodoxia” vigente nos dias de hoje, podem induzir muitos desviados da doutrina de Cristo (que é a correta ortodoxia), a se auto-intitularem “cristãos carnais” e tentarem se apoiar no fato de um certo dia no passado, já terem descido às águas do batismo e acreditarem em Jesus Cristo como Senhor e Salvador, para terem esperança de salvação, mesmo estando muito desviados e cometendo atos que desagradam a Deus e entristecem o Espírito Santo, tais como a mentira, as fraudes e a desonestidade nos negócios, a vaidade pessoal, a ira, o apego ao dinheiro e à riqueza, a avareza e a total ausência de atos de caridade com os pobres e necessitados (sendo que muitos dos defensores do atualestablishment "pseudo-ortodoxo" vigente ainda tentam vergonhosamente  justificar essa atitude com o velho refrão de que as boas obras não salvam ninguém...), a murmuração e tantas outras manifestações carnais que nos afastam de Deus.
Essa atitude, conhecida como quietista, é um grande erro que certamente vai destinar ao inferno milhares e milhares de pessoas, pois os arrebatados para as Bodas do Cordeiro e para o convívio dos eleitos, no Reino dos Céus, serão aqueles que efetivamente estiverem em comunhão, em visível – e sensível – esforço de santificação e de busca pela plenitude do Espírito Santo, em obediência aos mandamentos de Cristo para o exercício do amor ao próximo, em humildade e em todos os sinais visíveis observáveis nos verdadeiros filhos e filhas de Deus, que já tomaram posse de suas heranças e assim foram adotados pelo Pai, como filhos da luz.

Vamos então falar sobre a doutrina da adoção.


Segunda parte: A doutrina da adoção pelo batismo em Cristo

Deixamos para esta parte a referência à Carta aos Gálatas, pois é ali que Paulo, além de falar sobre a justificação pela fé, desenvolve também a doutrina da adoção, cuja essência vamos encontrar em Gálatas 3:26-27 a seguir:
Todos vós sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus, pois todos vós que fostes batizados em Cristo, vos revestistes de Cristo”.
Em primeiro lugar chamamos a atenção para o fato de Paulo associar o fato de Deus nos considerar como filhos após estarmos “revestidos de Cristo” como se Cristo fosse colocado sobre nós, como uma túnica que nos cobrisse completamente. Já tocamos nesse ponto quando começamos a tratar sobre as vestimentas na parábola das bodas e aqui vemos a sua conexão com o Batismo em Cristo e com a adoção.
Aqui realmente Paulo faz um paralelo entre o Batismo em Cristo e uma “veste de salvação” com a qual nos vestimos, tal qual Jacó “reveste-se de Esaú” em Gênesis 27, para poder tomar posse da herança de filho, como se fosse o próprio primogênito: Deus só nos dará a herança de filhos se enxergar Cristo em nós.
Entretanto, há que discernir-se muito bem aqui o conceito do Batismo em Cristo, pois é totalmente diferente do batismo nas águas, para arrependimento e remissão. A propósito dessa questão, a Bíblia é bastante esclarecedora no episódio do batismo em Cristo e do batismo no Espírito Santo, ministrados por Paulo à congregação em Éfeso, episódio descrito em Atos 19:1-6.
Ora, muitos poderão agora argumentar, diz a Bíblia - em Efésios 4:5 - que há um só batismo, porém, neste ponto em particular da Carta aos Efésios, Paulo está claramente falando do batismo de arrependimento, que é proporcionado através do batismo nas águas.
Porém, a mesma Bíblia, nos mostra também que existem 3 tipos de batismos aplicáveis à Igreja, durante o ciclo de amadurecimento espiritual de cada crente e, em Hebreus 6:2, vemos que essa doutrina era claramente explicada e ministrada na Igreja.
Em Mateus 3:11 esses 3 batismos são explicitamente mencionados por João Batista e, em Atos 2:38, 19:1-6, vemos que cada qual tem a sua específica finalidade dentro do contexto de nossa vida cristã, a saber:
O Batismo nas águas

Iniciamos esta abordagem sobre o batismo nas águas com um revelador trecho da Primeira Carta de Pedro:
que também agora, por uma verdadeira figura – o batismo – vos salva, o qual não é o despojamento da imundícia da carne, mas a indagação de uma boa consciência para com Deus, por meio da ressurreição de Jesus Cristo” (1 Pedro 3:21)

Nesse trecho da carta, vemos claramente o apóstolo Pedro ensinar que o batismo cristão nas águas, não é um banho ritual de purificação, como pretendiam ser as cerimoniais lavagens e abluções diversas do rito judaico, mas sim um sinal visível e público da firme intenção do crente em buscar uma real e efetiva consciência cristã, diante de Deus.
O batismo nas águas não justifica pessoa alguma diante de Deus e, por isso mesmo, ninguém é salvo – pelo batismo – do pecado e nem da ira futura.
O que nos justifica, diante de Deus, é exclusivamente a nossa fé em Cristo, sem quaisquer obras de nossa parte e, em conseqüência dessa verdadeira fé, a nossa firme decisão de desenvolvermos a nossa salvação, com temor e tremor (conf. Filipenses 2:12), assumindo o compromisso de buscarmos, em Cristo, a nossa lavagem pela água, que é a palavra de Cristo (conf. Efésios 5:26), para a nossa santificação, e a nossa plenitude do Espírito Santo (conf. Efésios 5:18-21), para a nossa real transformação em novas criaturas.
Qualquer coisa porventura adicionada à nossa fé em Jesus Cristo, como sendo uma condição para a nossa justificação, seria o mesmo que dizermos que a morte de Jesus na cruz do calvário não foi suficiente para comprar a nossa justificação e seria – portanto – uma flagrante heresia e uma falsa doutrina.
Por isso mesmo o apóstolo Pedro fez questão de acrescentar “por meio da ressurreição de Jesus Cristo” no trecho da carta que foi citado aqui.
O batismo nas águas é meramente um primeiro passo e nada mais além disso.

O Batismo em Cristo

Em sua terceira viagem missionária, a apóstolo Paulo visita uma pequena comunidade cristã na grande cidade de Éfeso, onde vai encontrar crentes que simplesmente desconheciam o Espírito Santo: ali não havia fogo pentecostal, não havia unção e nem tampouco uma efetiva busca dos discípulos pela santificação.
Tudo que Paulo viu, ouviu e sentiu ali, resumiu-se a presenciar um pequeno grupinho religioso e nada mais.
Esse fato é narrado em Atos 19:1-7 e podemos perceber nitidamente que Paulo sentiu que ali a obra da Igreja estava incompleta, pois tudo que lá havia era uma dúzia de crentes, sem unção, sem santidade, sentados à beira do caminho, esperando algo acontecer: situação essa até hoje encontrada, cada vez mais freqüentemente, em nosso cenário eclesiástico, onde presenciamos crentes pulando de igreja em igreja, como abelhas voando de flor em flor buscando por néctar, mas encontrando apenas figueiras secas, que não dão frutos.
Rapidamente Paulo descobre que aquelas pessoas já haviam recebido o batismo nas águas, mas que haviam parado nisso, achando que não havia mais nada além daquilo, e caíram no marasmo espiritual do quietismo, que jamais os levaria a tomar posse de suas heranças como filhos de Deus.
Assim que a origem do problema é esclarecida, Paulo imediatamente começa a ministrar-lhes a palavra viva e eficaz de Jesus Cristo, a palavra que lava e purifica o crente como uma água viva ou ainda como a chama que purifica o ouro eliminando a escória, mas que para os filhos da perdição queima como o fogo de uma fornalha, algo magnificamente pré figurado no episódio dos jovens lançados na fornalha ardente, no Livro de Daniel (Dn 3) e que, por isso mesmo, João Batista chama de batismo com fogo, associando-o ao ato de queimar a palha removida do trigo, em Mateus 3:11-12.
Então, ato contínuo, aqueles que ouviram, agora recebem o batismo em Cristo:
Quando ouviram isto, foram batizados em nome do Senhor Jesus” (Atos 19:5).
Fato idêntico vemos ocorrer com a pequena comunidade cristã liderada pelo centurião romano Cornélio, em Atos 10, quando recebem o batismo em Cristo, logo seguido pelo batismo no Espírito Santo, ao ouvirem a ministração da palavra de Cristo por intermédio de Pedro, sendo que, a seguir recebem o batismo nas águas.
Em ambos os casos vemos os crentes receberem o terceiro batismo, que é o batismo no Espírito Santo, logo após receberem o batismo em Cristo, e sobre isso falaremos logo a seguir.
Eu gostaria agora de chamar a atenção para essa palavra que é ministrada no momento que antecede ao batismo em Cristo. Essa não é uma palavra qualquer, pois trata-se da palavra conhecida como “Rhema”.
A correta conceituação da palavra rhema é de vital importância para tudo aquilo que estamos expondo e é fundamental para a nossa caminhada espiritual que nos conduzirá até o Reino.
Nós já sabemos que todo o Novo Testamento foi escrito originalmente em grego. Pois bem, nesse idioma existem duas expressões diferentes para expressar “palavra”: uma delas é “logos” e a outra é “rhema”.
Logos identifica a palavra de Cristo dita e escrita, é a letra e o conhecimento natural do que diz a Bíblia, pois a Bíblia é, em sua totalidade, a palavra logos de Deus, ou seja, é tudo aquilo que Deus já falou aos homens, sendo assim uma revelação escrita da vontade de Deus e do plano de Deus para a humanidade.
Cada crente  deve ler, meditar e até mesmo decorar a palavra logos, pois ali vamos encontrar conforto, esperança, instruções e regras de vida.
Agora, rhema é algo bem diferente. Rhema é a palavra viva e eficaz de Cristo. Rhema é a palavra que Jesus Cristo fala ao vivo, por meio do Espírito Santo, através de um pregador cheio do Espírito Santo ou mesmo diretamente, sem intermediários, e que vai direto ao nosso coração, à nossa alma, e que ali vai lavar, vai santificar, como santo é o Verbo de Deus.
rhema é como um gigantesco balde d’água pura e cristalina, lançada em nosso templo interior, lavando-o, purificando-o e preparando-o para receber a presença do Espírito Santo.
Um excelente exemplo bíblico da rhema ocorre quando Maria recebe a anunciação através do arcanjo Gabriel, que lhe traz uma revelação pessoal daquilo que Deus tinha planejado especificamente para ela, ou seja, não era uma palavra logos para todos, mas sim uma palavra pessoal para Maria, que dessa forma pode dizer: “Faça-se em mim, conforme a sua palavra (rhema)”.
Logos e rhema de Deus estão fortemente ligados entre si, pois o logos é a base para que se receba o rhema de Deus: nós precisamos nos encher do logos de Deus sempre, todos os dias, lendo e meditando a palavra logos de Cristo, registrada nos Evangelhos, para que estejamos sempre preparados para receber a rhema. É a rhema que vai nos batizar em Cristo, é na rhema que mergulhamos como num batismo realmente e que vai manter limpo o nosso templo espiritual interior, deixando-o sempre pronto para nos enchermos do Espírito Santo.
Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, Ele próprio, nos deixou a regra para logos e rhema:
1.       “Se alguém me ama, guardará a minha palavra [logos] (João 14:23).
a.       Onde a palavra grega que foi usada para “guardar” é tereô, que tem o sentido de observar, tomar conta, preservar no estado em que está, e que aqui tem o sentido de zelo em seguir, em meditar sobre, em manter dentro de si como algo intacto e preservado, pois é santo.
b.       De tudo isto, vem a nossa forte recomendação em praticar-se a meditação bíblica diariamente.
2.       “As palavras [rhema] que Eu vos digo, são espírito e vida (João 6:63).
 Onde fica claro que rhema é a palavra viva que Jesus fala ao nosso coração diretamente.

O Batismo no Espírito Santo

Em ambos os episódios bíblicos do batismo em Cristo, aqui mencionados, vimos crentes que, logo após receberem a ministração da palavra rhema de Cristo, pela boca do pregador cheio do Espírito Santo, como um verdadeiro “batismo em águas vivas”, imediatamente começarem a orar em línguas estranhas e a manifestarem diversos dons do Espírito, revelando-se claramente o batismo no Espírito Santo.
Os ensinamentos de Jesus Cristo e os episódios descritos no Livro de Atos mostram que não é possível falar-se do batismo em Cristo de uma forma dissociada do batismo no Espírito Santo, pois ambos estão intimamente associados entre si na medida em que, após sermos batizados na água viva da palavra rhema, o nosso templo interior fica limpo e pronto para receber a presença do Espírito Santo, conforme Efésios 5:26 e João 15:3.
Em Mateus 12:43-45, vemos Jesus Cristo explicar isso, comparando com o exemplo de uma casa limpa, após dela ter sido expulso o espírito imundo. Se a casa se mantiver desocupada, o espírito imundo volta e ainda traz outros piores com ele. Por isso mesmo, logo após o batismo em Cristo, cuja palavra rhema expulsa os espíritos imundos, vem o batismo no Espírito Santo, que passa a ser o novo habitante da casa agora limpa e vazia.
Todo aquele que recebe o batismo em Cristo e o batismo no Espírito Santo, está agora apto a promover a sua santificação, através da água das palavras logos e rhema de Cristo, e a buscar a sua efetiva transformação pela plenitude do Espírito Santo, tornado-se assim apto a receber a sua herança como filho de Deus e, naturalmente, como uma conseqüência dessa nova posição espiritual, envergar o manto de justiça, não como um meio de obter a salvação (o que já vimos que seria inútil), mas sim como uma natural conseqüência de sua fé viva e atuante, em obediência ao mandamento de Cristo para a Igreja, pois a nova criatura, o verdadeiro filho de Deus, simplesmente não conseguiria deixar de exercer as obras de justiça dos santos, referenciadas por Cristo, pois elas se tornam agora parte integrante de seu estilo de vida, como manifestação do amor ágape que agora arde como brasas de fogo sobre a sua cabeça (Veja Romanos 12:20).
Em resumo, portanto, a adoção é um ato de Deus, por intermédio do qual nos tornamos realmente membros de Sua família, revestidos das vestes de salvação e do manto de justiça, e assim ganhamos o direito de entrar no salão do reino e ainda de ali permanecer, para todo o sempre, no convívio dos eleitos, como filhos de Deus.
A adoção é um conceito fundamental para o evangelho do reino, enquanto a regeneração e a justificação pela fé são essenciais para o evangelho da graça, sendo que todos os três são facilmente encontrados em qualquer obra de Teologia.
Na regeneração nos tornamos espiritualmente vivos, capazes de nos dirigirmos a Deus em oração e em adoração, além de nos capacitarmos para ouvir a palavra rhema de Cristo diretamente em nosso coração.
Na justificação, que é um ato forense de Deus, por nós, recebemos as vestes de salvação e o direito de estarmos na presença de Deus.
Na adoção, que é ato de amor de Deus, em nós, recebemos o manto de justiça e nos tornamos efetivamente filhos de Deus, recebendo agora o direito de permanecer na presença de Deus, para toda a eternidade.
E quais serão – afinal - os atos de justiça que Cristo irá buscar em cada um de nós naquele dia?
Não deixe de ler nossa próxima edição, onde estaremos justamente tratando dos atos de justiça que, naturalmente como uma  conseqüência, em amor, e jamais como uma causa, devem passar a fazer parte natural do estilo de vida dos filhos e filhas de Deus.




ATÉ A PRÓXIMA EDIÇÃO!

BOLETIM 4 - EDITADO EM 21/06/2011


EDITORIAL
 
A todos os nossos queridos leitores, graça e paz da parte de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo!
É com imensa alegria que entramos no quarto número do nosso Boletim Verdade de Cristo, trazendo sempre estudos bíblicos, mensagens de interesse do povo de Deus, comentários de livros, curiosidades bíblicas, informações sobre a igreja orgânica e - principalmente - o anúncio do Evangelho do Reino a todas as nações do mundo, em expresso atendimento à ordenança de Cristo para a Igreja, tal como expressa em Mateus 24:14.
Neste número estamos trazendo uma curiosidade bíblica muito importante e - a seguir - continuamos com a mensagem do Evangelho do Reino.
A todos uma boa leitura, na paz de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
 

 
PASTOR ON-LINE
 
Atingimos a impressionante marca de 1.139 leitores e leitoras em todo o território brasileiro e também no exterior, incluindo Europa e Continente Africano, entretanto recebemos até o momento poucas adesões ao Messenger (MSN) onde nos colocamos à disposição - sempre que possível - seja para uma conversa, uma troca de idéias sobre o material que estamos publicando, seja ainda para um pedido de oração, um aconselhamento, ou qualquer outra necessidade que possamos estar, de alguma forma, atendendo.
A maior parte dos irmãos e irmãs que nos enviaram o nome e o endereço de MSN para adicionarmos, são jovens, mostrando que os jovens hoje representam uma força toda especial nesse grande movimento de restauração da Igreja e estão realmente de parabéns!
Continuamos à disposição de todos aqueles que desejem manter contato online conosco através do MSN e, para isso, basta enviar-nos por Email o seu nome e o seu endereço do Messenger, que logo a seguir estaremos adicionando.
O motivo de solicitarmos que nos enviem antes essa simples informação é permitir que identifiquemos realmente como um de nossos leitores, evitando que acidentalmente adicionemos como nosso contato fontes de SPAM e outros.


CURIOSIDADE BÍBLICA: AS TRÊS PERGUNTAS DE CRISTO

Disse certa vez Nosso Senhor Jesus Cristo que erramos não conhecendo nem o poder de Deus e nem tampouco as Escrituras (Mateus 22:29): isso é o equilíbrio desejado pelo Senhor em cada crente. Eu particularmente conheço pessoas que têm uma grande fé, que buscam ardentemente estar na presença do Senhor em oração, em louvor e adoração, mas que têm um conhecimento superficial da Bíblia, e assim tornam-se presa fácil de falsas doutrinas, ou ainda aceitam incondicionalmente tudo aquilo que o pregador declara, sem ao menos questionarem se é bíblico aquilo que lhes está sendo ministrado. Por outro lado, conheço outras pessoas que são verdadeiras "enciclopédias bíblicas ambulantes", pessoas de memória tão prodigiosa que são capazes de recitar toda a Bíblia, livro por livro, capítulo por capítulo, versículo por versículo, gente que fala grego e hebraico como se falasse o português, mas que - entretanto - são fracos na fé, tão fracos que chegam até mesmo a duvidar de milagres, de dons e de outras manifestações visíveis da fé. Ora, a fé e os demais dons que nos trazem uma maior intimidade com o poder de Deus provêm todos do Espírito Santo, conforme explica Paulo em 1 Co 12:8-11, e assim é responsabilidade individual de cada crente buscar por esses dons e por essa intimidade com o poder de Deus, enchendo-se do Espírito Santo, conforme Efésios 5:18-21. Quanto ao conhecimento das Escrituras, estaremos, na medida do possível, buscando colaborar, sempre trazer estudos e curiosidades bíblicas, visando promover em todos que nos acompanhem, um aprofundamento cada vez maior nas Sagradas Escrituras.

Quero iniciar esta seção, trazendo um tema que - embora seja muito empregado em pregações e bastante discutido nas igrejas - é freqüentemente mal compreendido, chegando muitas vezes a ser alvo de comentários absurdos e totalmente sem sentido: eu me refiro ao diálogo mantido entre Nosso Senhor Jesus Cristo e Pedro, em João 21:15-22.
Nesse trecho do diálogo, vemos Jesus perguntar 3 vezes a Pedro se este o amava, e por 3 vezes Pedro responde que sim, porém, apesar dessas 3 confirmações positivas de Pedro, isto parece não agradar totalmente a Jesus Cristo, que logo a seguir começa a falar sobre o futuro envelhecimento e morte de Pedro, enquanto de João, Nosso Senhor diz que ficará até que volte.
O que aconteceu verdadeiramente naquela conversa? Por que a mesma coisa foi perguntada por 3 vezes seguidas, sempre com a mesma resposta?
Na realidade a solução do mistério é muito mais simples do que se possa imaginar e está estreitamente relacionada com o idioma usado para escrever os evangelhos e a sua tradução para o português e para outros idiomas do ocidente.
O problema é que o idioma grego koiné, no qual foram escritos os evangelhos, distingue 3 formas de amor, cada qual identificada por uma palavra diferente, como segue:

  • erô: essa é a forma de amor entre homem e mulher, daí a forma eros, ou erótico.
  • filô: é a forma de amor entre amigos, é o "querer bem" a alguém, daí a forma fileas, ou filantrópico.
  • agapô: essa é a forma mais elevada de amor, é o mesmo amor que Cristo manifestou por cada um de nós e que nos ordenou como um único mandamento que substitui todos os demais (João 15:12), daí a forma ágape.
O problema aqui com a tradução é que tanto o idioma português, como os demais idiomas ocidentais, só tem uma única palavra para traduzir qualquer uma dessas três: amor. Daí a grande falha e o mistério que surgiu depois que surgiram as versões traduzidas, pois os tradutores, entre eles o tão conhecido Almeida, simplesmente não tinham palavras equivalentes para as outras expressões de amor. Em alguns trechos do Novo Testamento vemos tentativas de traduzir o amor ágape por "caridade", algo pior ainda, pois dá a falsa impressão de que o amor ágape se resume apenas em exercer obras de caridade, sendo que - na realidade - a caridade é uma mera conseqüência do amor ágape, apenas uma de suas muitas manifestações, sem no entanto representá-lo unicamente, pois isso seria impossível.
Quando consultamos o texto original do Evangelho, escrito em grego, constatamos então a seguinte impressionante seqüência que explica tudo, algo tão tremendo que, sinceramente confesso a todos, me fez chorar quando entendi:

  1. Em João 21:15a Jesus pergunta a Pedro: "Simão, filho de Jonas, tu me amas (agapas me) mais do que estes"?
  2. Em João 21:15b Pedro surpreendentemente responde: "Sim, Senhor; tu sabes que te quero bem (filô te)"...
  3. Em João 21:16a agora o Senhor torna a perguntar a Pedro por amor, mas não mais no sentido relativo aos demais, mas agora pergunta simplesmente por amor: "Simão, filho de Jonas, amas-me (agapas me)"?
  4. Em João 21:16b Jesus recebe novamente o mesmo tipo de resposta...mas, infelizmente, ainda não há amor aqui, apenas novamente um simples "querer bem": "Sim, Senhor; tu sabes que te quero bem (filô te)"...
  5. Finalmente, em João 21:17a, o Senhor pergunta agora não mais por amor, mas sim pelo simples "querer bem": "Simão, filho de Jonas, você me quer bem (fileis me)? 
  6. E agora, em João 21:17b, Pedro torna responder com sinceridade e com tristeza, por ainda não ser capaz de dar ao Senhor o amor ágape por Ele requerido de todos nós, não só em relação a Ele, mas entre nós próprios, em expresso atendimento ao único mandamento que Ele nos deixou em João 15:12. Vemos então um Pedro certamente cabisbaixo e triste dizer: "Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te quero bem (filô te)"...
É triste, mas assim foi e assim está claramente registrado no Evangelho de João: mesmo naquele momento tremendo, diante do Cristo ressuscitado, Pedro ainda não era capaz de exprimir pelo Mestre o nível de amor que Ele deseja de todos nós: um amor que não pode ser comparado a um simples "querer bem", a um simples laço de afetividade carnal ou a um mero gesto de caridade com o próximo, pois é muito mais do que tudo isso; é algo tão sublime e tão poderoso que Paulo considera-o superior à própria fé e à esperança (1 Coríntios 13:13).
Mas, se o verdadeiro amor-ágape é algo tão difícil de ser alcançado, então como iremos proceder para desenvolvê-lo em nossos corações?
A primeira coisa importante a fazermos é nos curvarmos diante de Cristo, em oração, com os nossos corações contritos e, assim como Pedro, admitirmos que em nossa mente ainda inevitavelmente associamos "amor" a "querer bem", admitirmos que somos fracos e não conseguimos trabalhar isso sozinhos em nossa mente e que precisamos da ajuda do Espírito Santo.
O próximo passo consiste em buscarmos - cada vez mais - nos enchermos do Espírito Santo, conforme Efésios 5:18-21, pois é Ele quem nos ensina todas as coisas e finalmente acende em nossos corações a chama do verdadeiro amor.
 
 
O EVANGELHO DO REINO
 

 O  Evangelho do Reino nas pérolas de Cristo

Antes de tratarmos das parábolas de Cristo e seu conteúdo sobre o Evangelho do Reino, cabe uma observação sobre os três evangelhos sinóticos: Mateus, Marcos e Lucas. Entre esses três textos, damos uma maior ênfase ao texto de Mateus por entendermos que esse evangelista, por ter vivido junto ao Mestre durante seu ministério na terra e assim ter ouvido pessoalmente as parábolas, escreveu – ou ditou - com mais precisão e detalhes aquilo que o Senhor falou. Já Marcos, que era sobrinho de Pedro e ainda um menino durante aquele período, limitou-se a escrever aquilo que Pedro lhe ditou, conforme o que se lembrava muitos anos depois, enquanto Lucas surgiu muitos anos depois, vindo de longe, e escreveu aquilo que ouviu ao entrevistar pessoas que conviveram com Jesus e certamente acabou influenciado por idéias e opiniões que surgiram muito tempo depois.

A parábola das bodas: O reino dos céus é semelhante a um rei que celebrou as bodas de seu filho

Iniciamos pela parábola que é, por assim dizer, a porta de entrada para o Evangelho do Reino pois, com certeza, nenhuma outra é tão rica em detalhes como essa.
O texto completo dessa parábola está em Mateus 22:1-14 e convidamos todos a ler com muita atenção, antes de prosseguirem.
A parábola gira em torno das bodas (casamento) do filho de um Rei e do chamado que o Rei faz para os seus convidados virem participar do banquete nupcial. O exemplo de um casamento para ilustrar a nossa entrada no reino dos céus certamente não foi escolhido ao acaso por Cristo, pois efetivamente ali – no Reino - os eleitos presenciarão as bodas do Cordeiro: a união entre Cristo e a Igreja, que é a Noiva do Cordeiro, tal como retratado em Apocalipse 21 e mencionado como um mistério por Paulo em Efésios 5:32.
Os convidados do Rei representam o povo judeu e os servos enviados para chamá-los são:
  • Em primeiro lugar João Batista, que anunciava o reino aos judeus e batizava para arrependimento e remissão. Poucos ouviram seu chamado e a maioria do povo judeu não lhe deu atenção, preferindo permanecer sob o jugo da Lei;
  • Em segundo lugar Jesus Cristo e seus discípulos anunciaram o reino aos judeus, que ainda assim não creram e – exatamente como diz a parábola – torturaram e mataram os servos do Rei;
  • No ano 70 D.C. o general romano Tito invadiu Israel e matou milhares de judeus, destruiu o templo e incendiou a cidade de Jerusalém, exatamente como conta a parábola em Mateus 22:7. O Templo de Herodes foi de tal maneira destruído que dele hoje resta apenas um muro, conhecido como muro das lamentações;
  •  Em terceiro lugar surge o apóstolo dos gentios, Paulo de Tarso, que agora vai chamar a todos, judeus e estrangeiros, num trabalho missionário que se estendeu até a Europa e que deu a verdadeira origem ao cristianismo atual tal como o conhecemos. A partir do chamado de Paulo o salão do banquete está se enchendo de novos convidados, tanto bons como maus, basta aceitar o convite, basta crer. Isso é Evangelho da Graça: a reconciliação com o Pai está aberta a todos, basta crer. Através da Graça todos podem ver o Reino, assim como o viam todos os convidados presentes no salão. Outra coisa, muito diferente, é entrar e permanecer no Reino dos Céus. É justamente sobre esses dois aspectos que Jesus chama a atenção de Nicodemos em João 3:3 e 3:5.

Agora o Rei circula pelo salão cheio, pouco antes do início das bodas, e ali vê alguém que não está com o traje nupcial. Então dá ordens aos servos para amarrarem essa pessoa e lançá-la do lado de fora do salão, nas trevas exteriores, onde há choro e ranger de dentes.
Vamos nos deter por um bom tempo nesta última parte da parábola, porque ela é extremamente importante para esclarecer-se a questão essencial do Evangelho do Reino.
O primeiro aspecto a ressaltar, nessa parte, é que todas as pessoas presentes no salão do banquete - naquele momento - eram aqueles que aceitaram o convite, ou seja, bastou aceitar o convite, não foi preciso pagar nada, não foi preciso dar um atestado de bons antecedentes, não foi preciso ser amigo ou parente do Rei, nada disso: bastou aceitar – totalmente de graça – o convite. O texto diz claramente que ali havia bons e maus presentes no salão. Isso representa claramente o Evangelho da Graça: basta crer para ser reconciliado com o Pai, basta nascer de novo para ver o Reino. Cada um de nós nasce de novo quando aceita o convite (o chamado)  e assim crê em Jesus Cristo como Senhor e Salvador e desce às águas do batismo de arrependimento e remissão: isso automaticamente nos confere o direito a sermos admitidos no Salão do Reino e vermos o Reino, da mesma forma que vieram todos os que aceitaram o convite. Todos ali estavam justificados pela fé e assim reconciliados com o Rei, que na parábola representa o Pai. Mas apenas isso não lhes garantiu efetivamente ali permanecerem, não lhes garantiu a efetiva entrada no Reino e a participação nas bodas do Filho. 
Algo muito importante viria a acontecer!
Agora o Rei começa a circular pelo Salão do Reino e observa atentamente cada um dos compareceram. O que Ele procura? Que detalhe o Rei estaria buscando em cada um dos presentes? A resposta é dada na própria parábola: o Rei procura verificar se cada um dos presentes está coberto pela veste nupcial.
Que veste nupcial é essa? 

A questão da veste nupcial será essencial para o perfeito entendimento dessa parábola: uma verdadeira "pérola" do Evangelho do Reino.
Não deixe de acompanhar as nossas próximas edições, principalmente você que leva a Bíblia a sério e que deseja mergulhar profundamente nos rios de água viva que manam das palavras de Cristo!
 
ATÉ A PRÓXIMA!
 
Encerramos por aqui este capítulo de nossa mensagem sobre o Evangelho do Reino, lembrando a todos que agora podem falar conosco on-line via MSN, bastando nos enviarem seu nome e o seu endereço de MSN.
 
Se você está gostando dessas mensagens, se elas estão sendo benção em sua vida, então nos ajude a fazer com que esta mensagem dê a volta ao mundo e o anúncio do Evangelho do Reino chegue a todas as nações da Terra, em atendimento à expressa vontade do Senhor Jesus Cristo, preservada em Mateus 24:14: repasse estes boletins a outras pessoas, ou ainda nos enviem endereços de Email para que possamos ampliar, cada vez mais, a nossa rede de leitores e leitoras.
 

Até a próxima edição e que Deus abençoe a todos em alegria, paz, contentamento, saúde, prosperidade, vitórias e acima de tudo, em dignidade de filhas e filhos de Deus que buscam a verdade que liberta!
 
 
IGREJA VERDADE DE CRISTO
(Uma igreja orgânica a serviço de Jesus Cristo)