ESTE BOLETIM FOI ORIGINALMENTE EMITIDO EM 08/08/2011 ATRAVÉS DE E-MAIL ENVIADO AOS NOSSOS LEITORES CADASTRADOS.
ESTA VERSÃO POSTADA NO BLOG SOFREU ALGUNS ACRÉSCIMOS E PEQUENAS ALTERAÇÕES VISANDO A PUBLICAÇÃO NO BLOG
EDITORIAL
A todos os nossos leitores graça e paz da parte de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo!
Peço perdão a todos pelo longo período sem novas postagens, o que se deve à reconfiguração de nosso acesso à Internet e ao acúmulo de atividades relativas ao Projeto Caminho de Luz que estamos iniciando aqui em Peruíbe, extremo sul do litoral do estado de São Paulo.
Esse Projeto Caminho de Luz terá como principal missão cumprir exatamente aquilo sobre o qual estaremos discorrendo neste boletim, além de possibilitar a todos nos ajudarem nessa missão, seja com contribuições, ou seja colaborando com o próprio trabalho pessoal, vindo nos visitar e passando um ou mais dias conosco, oportunidade em que poderão nos acompanhar em todas as nossas atividades.
Sobre este Projeto e sobre as formas de nos ajudar estaremos tratando em postagens posteriores, à medida em que o próprio Projeto Caminho de Luz vai evoluindo por aqui e tornando-se uma realidade.
Temos recebido dezenas de mensagens de nossos leitores dando testemunho de bençãos, de restaurações, de resgate de almas que estavam afastadas dos caminhos do Senhor e que agora buscam envergar o manto de justiça.
Somente Jesus Cristo tem a palavra que é a verdade que liberta e, por isso mesmo, seguimos confiantes em nossa missão de anunciar o Evangelho do Reino a todas as nações do mundo.
Neste número estamos trazendo mais uma seção, intitulada Espaço do Leitor, que é totalmente dedicada a você que nos prestigia com a sua leitura e que gostaria de estar colaborando conosco, trazendo uma palavra, um testemunho, um pequeno estudo, ou até mesmo uma poesia dedicada ao Senhor Jesus Cristo. Basta nos enviar por Email e, na medida do possível, iremos publicando.
ESPAÇO DO LEITOR
Inauguramos esta seção com a colaboração do nosso querido leitor Reverendo Sotel Barros Lima, com formação teológica no Instituto Bíblico Nazareno e na EETAD Escola de Educação Teológica das Assembléias de Deus, fazendo ainda o curso de Bacharel em Ministério no Seminário Teológico Evangélico Bíblico. Reverendo Sotel ministrou durante cinco anos no ITQ – Instituto Teológico Quadrangular, tendo ainda implantado e coordenado durante três anos o ETED - Núcleo Teológico da Faculdade Teológica Nazarena em São José do Rio Preto.
Na seção desta edição, o irmão Sotel nos presenteia com uma belíssima preleção sobre a fidelidade de Deus. Vamos ler.
“Apesar da falta de compromisso e lealdade de seu povo, Deus ainda insiste em abençoá-lo.”
(Texto de referência: Êxodo 16: 1-36)
À medida que viajavam pela região do deserto, a crueldade e o sofrimento do Egito foram rapidamente esquecidos quando o povo teve fome. Até mesmo mencionaram que teria sido melhor para eles terem morrido pela mão do Senhor, na terra do Egito, do que passar fome no deserto: (v.3) – “Pois os filhos de Israel lhes disseram: Quem nos dera que tivéssemos morrido pela mão do Senhor na terra do Egito,...”
I – Reagindo a essa reclamação de seu povo, à tarde Deus generosamente enviou codornizes: (v.13) – “E aconteceu que à tarde subiram codornizes, e cobriram o arraial;...”
II – E de manhã Deus enviou uma substância parecida com pão: (v.13b) – “e pela manhã havia uma camada de orvalho ao redor do arraial.”
III – Deus colocou os israelitas à prova ao estabelecer algumas condições para a coleta e armazenamento do maná:
1º - Não deviam guardar o maná de um dia para o outro: (v.19) – “Também lhes disse Moisés: Ninguém deixe dele para amanhã.”
2º - Na sexta feira deveriam apanhar o dobro, porque o dia seguinte era sábado dia de descanso: (v.5) – “Mas ao sexto dia prepararão o que colherem; e será o dobro do que colhem cada dia.”
IV – Estas condições não foram obedecidas por alguns do povo: (v.20) – “Eles, porém, não deram ouvidos a Moisés, antes alguns dentre eles deixaram dele para o dia seguinte; e criou bichos, e cheirava mal;...”
V – Mesmo tendo sido livrados dos egípcios pelo poder de Deus, a alguns ainda faltava compromisso e lealdade a Deus.
Nota: No caminho pelo deserto, alguns ainda se rebelavam contra Deus.
VI – Apesar disso, Deus continua convicto em seus propósitos;
1º - Deus forneceu maná pelos 40 anos seguintes: (v.35) – “Ora, os filhos de Israel comeram o maná quarenta anos,...”
2º - Só quando o povo chegou à terra de Canaã é que o maná cessou: (v.35b) – “... comeram o maná até que chegaram aos termos da terra de Canaã.”
VII – Jesus se compara ao maná que Deus enviou no deserto: (Jo. 6:51) – “Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre;...”
Aplicação:
À medida que caminhamos neste mundo rumo à Cidade Santa Celestial, não podemos esquecer-nos de onde o Senhor Jesus nos tirou. Jesus tem suprido nossa necessidade até chegarmos lá. Precisamos honrar nossos compromissos com Ele com muita lealdade.
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Sotel Barros Lima, Rev.
Realmente uma benção essa palavra ministrada pelo querido Rev. Sotel, pois ela nos fala da necessidade de honrarmos os nossos compromissos com Cristo, para sermos merecedores do Reino e é justamente sobre esses compromissos, que o Senhor buscará em cada um de nós no Tribunal de Cristo, que estaremos tratando no capítulo do Evangelho do Reino desta edição.
EVANGELHO DO REINO
Nas duas edições anteriores falamos sobre o caráter do homem espiritual, finalmente livre da terrível pena do "corpo da morte", e ressaltamos, como esse caráter vai incluir, naturalmente, o exercício das obras de justiça, não como um meio, mas como uma conseqüência.
Finalmente, antes de falarmos sobre as cinco classes de atos de justiça que são, por assim dizer, uma verdadeira assinatura dos filhos e filhas de Deus, falamos ainda sobre o perigoso "evangelho social", principalmente para que todos possam entender muito bem a diferença entre as duas coisas.
Agora então, depois de já bem informados sobre todos esses aspectos, podemos entrar no mérito dos atos de justiça em si.
As Cinco Classes de Atos de Justiça
Muitas entidades de ação social, ligadas a igrejas, vêem realizando uma série de atuações de responsabilidade social em inúmeras categorias, destacando-se aquelas mais voltadas à alimentação, à assistência médica, ao ensino profissionalizante e à moradia.
Entretanto, embora todas essas frentes sejam muito importantes, no aspecto da assistência social em si, nem todas se enquadram nas categorias, ou classes, de atos de justiça que o Senhor Jesus Cristo espera de cada um de nós, como atos naturais daquele que é realmente nova criatura em Cristo.
Além disso existe ainda a questão do “evangelho social” que acabamos de tratar aqui e que requer, de cada um de nós, muita cautela pois, de maneira alguma, tais obras de ação social podem ser enxergadas como algum tipo de garantia de salvação, pois isso seria uma flagrante heresia e abandono da fé.
Por isso estamos tratando desse tema com toda cautela e em estrito alinhamento com a doutrina de Cristo, que é a verdadeira ortodoxia.
Vamos finalmente encontrar tais classes - muito bem definidas pelo Senhor Jesus Cristo - no Evangelho de Mateus (Mateus 25:31-46), ali estão enumeradas 5 classes de atos de justiça (do grego: dikaios) diante do Tribunal de Cristo, pois diante do Pai já estamos justificados pela fé em Seu Filho, atos que nos recobrirão com uma verdadeira veste nupcial, a tal ponto que ouviremos da boca do Noivo: “Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo”! (Mt 25:34)
Essas 5 classes de atos de justiça – em Cristo - são as seguintes:
1. Alimentar aqueles que têm fome e não têm recursos para comprar comida. A forma de alimentar pode ser através de fornecimento de cestas básicas, através da distribuição de refeições gratuitas, ou ainda, indiretamente, oferecendo um emprego, uma ocupação remunerada para pessoas pobres, sem qualquer possibilidade de renda, de forma que possam vir a receber alguma remuneração que lhes possibilite obter alimentos para a família;
2. Dar de beber aos que têm sede. É quase uma extensão da primeira e a ela se aplicam basicamente as mesmas opções daquela;
3. Oferecer hospedagem aos forasteiros. Aqui não se trata de oferecer uma moradia permanente aos sem-teto, não se trata disso. Aqui Jesus está nos falando de abrigar temporariamente aqueles que estão de passagem, aquelas pessoas pobres, sem recursos, que vieram em busca de um emprego, de uma chance, mas que agora buscam voltar à sua terra de origem, pessoas que muitas vezes ficam dormindo ao relento, deitados sob uma marquise, no chão frio e na garoa da madrugada, com crianças de colo, sujeitos a toda sorte de malvadezas e ameaças, esperando uma passagem social de ônibus que os leve de regresso. É a essas pessoas que Cristo espera que estendamos a nossa mão e ofereçamos um cantinho para se abrigarem temporariamente com um banho, uma refeição quente e um cobertor, até que finalmente possam embarcar e retornar ao lugar de onde vieram;
4. Distribuir roupas para aqueles que já nem têm mais o que vestir, pessoas das quais muitas vezes nos afastamos ao cruzarmos com elas nas ruas, gente suja e maltrapilha andando cabisbaixa pelas cidades e pelos grandes centros como espectros cinzentos a quem ninguém dá importância. É nessa gente tão sofrida, que já nem pede mais nada, que Cristo se espelha dizendo: “Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a Mim o fizestes”. Aqui também a distribuição pode começar com uma pequena visita ao nosso guarda roupas, onde certamente sempre encontraremos muita coisa boa que já não usamos mais, e depois com uma ação direta nossa, entregando pessoalmente aos necessitados, ou ainda doando a instituições de assistência social que certamente dêem o correto destino às roupas: de uma forma ou de outra estaremos vestindo aqueles que não têm o que vestir;
5. Finalmente algo que para muitos de nós pode parecer difícil, mas quando tentamos fazer pela primeira vez, nos sentimos tão bem que iremos querer fazer sempre. Aqui Jesus nos fala de fazermos uma visita a um hospital e levarmos uma palavra de carinho, uma oração, um abraço àquelas pessoas enfermas e, muitas vezes, tão sozinhas. Na mesma categoria figuram as visitas às prisões, buscando levar uma bíblia, uma oração, uma palavra de coragem àqueles encarcerados que estão arrependidos e que agora buscam a presença de Cristo em seus corações.
Diz o velho ditado que o pior cego é aquele que não quer ver, pois assim é nas igrejas com relação a essa parábola, que freqüentemente vemos ser contestada por aqueles lobos em pele de cordeiro interessados em manter o atual “establishment” da falsa ortodoxia vigente no meio eclesiástico. São pastores, bispos, apóstolos e tantos outros ministros que abordam essa parábola apenas para defender uma posição falsamente “ortodoxa” e dizer que aqueles que foram encontrados sem a veste nupcial são os que ficarão de fora do reino milenar de Cristo: Nada mais errado! É óbvio que não se trata de ficar de fora do reino milenar, mas sim de ficar de fora do Reino dos Céus! Trata-se de perder a adoção e ficar para o resto da eternidade nas trevas exteriores ao Reino dos Céus, onde haverá choro e ranger de dentes para todo o sempre! O texto da parábola declara isso claramente em Mateus 22:13 e Jesus repete essa sombria ameaça em Mateus 25:41 e 46: “Apartai-vos de Mim malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos....E irão estes para o castigo eterno, mas os justos para a vida eterna”.
Repetimos aqui o que já concluímos quando tratamos do perigoso “evangelho social”: Quem não consegue, por genuíno amor a Cristo, estender a mão aos pobres e necessitados, não tem a vida em sua fé e, uma fé morta simplesmente não existe, ou seja, é apenas um “acreditar” e nós não somos salvos por “acreditar” em algo, nós não somos salvos por uma “crença religiosa”, mas sim por efetivamente termos a verdadeira fé. A fé viva e verdadeira em Jesus Cristo efetivamente nos transforma, a fé verdadeira quebra o vaso de barro, ao qual Paulo se refere em 2 Coríntios 4:7, e expõe o tesouro oculto que é o homem espiritual que existe dentro de cada um de nós.
Evidentemente, no Tribunal de Cristo, o julgamento dos verdadeiros crentes, daqueles que durante a sua vida cristã manifestaram fé verdadeira e não apenas uma “crença”, não será - de forma alguma - para condenação. A nossa justificação está garantida pelo sacrifício de Jesus, através do evangelho da graça, e a nossa permanência no Reino dos Céus, como filhos, está garantida pela adoção, que tratamos no Evangelho do Reino. Assim, o julgamento dos que efetivamente manifestaram a fé viva e verdadeira, será para premiar os que foram fiéis em envergar o manto de justiça; todos aqueles que não enterraram seus talentos; que souberam utilizar os dons espirituais e ministeriais recebidos; e que, enfim, cumpriram a contento a missão que o Senhor confiou a todos e que acabamos de tratar aqui. Estes receberão aprovação divina, recompensa e honra conforme Mateus 25:34, enquanto os crentes verdadeiros que forem negligentes no exercício de sua fé, receberão reprovação divina, ficarão envergonhados diante dos filhos eleitos e sofrerão até perdas naquilo que edificaram para a eternidade, conforme 1 Coríntios 3:15.
Tudo será revelado no Tribunal de Cristo: até mesmo os nossos atos e pensamentos mais ocultos estão registrados num repositório universal e infalível que será acessado e consultado. Nada ficará escondido, pois é chegado o momento de prestarmos contas de nossas ações, de nossa fidelidade e do nosso zelo pela obra do Senhor enquanto peregrinamos pela Terra.
Não devemos temer a chegada desse julgamento, pois ali estará o nosso advogado, o Salvador em quem devemos confiar plenamente, em primeiro lugar porque Ele conhece muito bem as nossas fraquezas, pois - como Filho do homem – sofreu em sua própria carne todas as tentações que nós sofremos e, em segundo lugar, porque é Ele quem diz:
“Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora”. (João 6:37)
Mas devemos buscar crescer espiritualmente a cada novo dia como filhos e filhas de Deus, verdadeiros homens e mulheres de fé, separados para o seu Reino, e não meros religiosos, freqüentadores de igrejas, que se limitam a participar dos cultos dominicais, orar, jejuar, dar dízimos e ofertas e passar o restante da semana cuidando dos seus próprios interesses, sem exercer atos de filho em verdadeiro amor ao próximo, porque é apenas o verdadeiro amor ágape que poderá encobrir nossos pecados mais graves naquele dia, como está escrito:
"Ora, já está próximo o fim de todas as coisas. Portanto, sede sóbrios, e vigiai em oração. Tende, antes de tudo, ardente amor uns para com os outros, porque o amor cobre uma multidão de pecados. Sede hospitaleiros uns para os outros, sem murmuração. Servi uns aos outros conforme o dom que cada um recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus" (1 Pedro 4:7-10).
Outros, ainda, ousam dizer que as ovelhas são os crentes e os bodes são os ímpios; outro absurdo disparate sem qualquer sentido, pois Jesus foi bem claro e explícito aqui: o critério da seleção entre bodes e cordeiros não foi a fé daqueles que ali estavam, mas sim terem realizado, ou não, as cinco classes de atos de justiça ditadas por Jesus Cristo.
Basta ler o texto, que é bem simples e direto, não há o que interpretar aqui; há apenas que fazer e Cristo realmente espera que façamos, pois esse será o critério de juízo do Tribunal de Cristo, perante o qual todos nós compareceremos, independentemente de nossa fé, conforme o próprio apóstolo Paulo confirma em 2 Coríntios 5:10.
Em seu evangelho, Lucas escreve uma versão resumida dessa mesma parábola, porém incompleta, pois a ouviu de discípulos que provavelmente omitiram alguns importantes detalhes. O texto está em Lucas 14:15-24. E no texto de Mateus 8:11-12 (Também vos digo que muitos virão do oriente e do ocidente, e reclinar-se-ão à mesa de Abraão, Isaque e Jacó, no reino dos céus; mas os filhos do reino serão lançados fora, nas trevas, onde haverá choro e ranger de dentes.) o Senhor está falando da mesma coisa, porém de outra forma, logo após admirar-se com a grande fé do centurião que veio procurá-Lo para curar seu servo enfermo. Ainda em Mateus 21:28-32 Jesus está falando exatamente do mesmo tema, porém sem o recurso da parábola e aqui Ele identifica claramente quem foi o servo da primeira chamada para as bodas: João Batista. Nosso Senhor Jesus Cristo faz ainda um preâmbulo desta importante parábola, utilizando-se de outra parábola – a dos maus lavradores – em Mateus 21:33-46, onde esclarece ainda mais sobre a identidade dos servos enviados. Da mesma forma em Lucas 13:22-30 o evangelista faz uma síntese envolvendo esses aspectos e ainda outros tais como a palavra sobre a porta estreita.
Todas essas cinco classes de atos de justiça, relacionadas pessoalmente por Jesus Cristo em Mateus 25:31-46, devem ser exercidas individualmente pelo crente, de forma espontânea, não por um esforço de alguém que faz alguma coisa por obrigação, mas sim como algo que seja parte integrante de nossa nova natureza, agora espiritual.
Para que cada um de nós possa exercer tais atos de justiça, Deus nos capacita através de um dom específico, concedido pelo Senhor Santo Espírito a cada crente, em maior ou menor intensidade, conforme a necessidade de cada um.
No próximo post estaremos tratando desse dom e das formas de colocá-lo em prática. Não perca!
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